Real procura reforçar “o mito”, Bayern salvar a época
Após um empate a dois golos em Munique, é atribuído esta noite em Madrid o último bilhete para a final da Liga dos Campeões, em Wembley.
A eliminatória vai a meio com tudo por decidir – houve empate a dois golos há uma semana na Baviera -, mas, depois de uma primeira amostra em Munique que não defraudou os mais exigentes, Madrid recebe esta noite (20h, TVI) a segunda ronda do duelo entre dois “gigantes” do futebol europeu, que, no entanto, entrarão no Santiago Bernabéu com estados de espírito bem diferentes. A jogar em casa e com a reconquista do título espanhol garantida, o Real Madrid terá menos pressão do que o Bayern: após um clamoroso fracasso interno, o salvar da época dos bávaros depende da vitória na Liga dos Campeões.
Quatro dias depois de o Real garantir pela 36.ª vez o título espanhol – foi o 123.º troféu conquistado pelos “merengues” entre conquistas domésticas, europeias e intercontinentais em 122 anos de existência –, a equipa de Madrid está a 90 minutos de assegurar a presença na final de 1 de Junho em Wembley, onde os madridistas podem garantir a Liga dos Campeões número 15 para o seu museu.
Porém, o segundo duelo com o Bayern está a ser encarado com o máximo respeito, como deixou bem claro Carlo Ancelotti, na sala de imprensa da Cidade Real Madrid, quando o técnico fez a antevisão da segunda mão da meia-final.
O italiano deixou claro que haverá por parte da sua equipa “respeito” pelos germânicos, até porque, segundo Ancelotti, o Bayern podia ter chegado ao Santiago Bernabéu em vantagem: “Estiveram muito bem e melhor que nós na primeira mão.”
Por isso, esta noite, para juntar o Bayern ao Manchester City no lote dos favoritos que conseguiu eliminar, o Real terá de fazer um “jogo com intensidade e ritmo ofensivo” e, no sector mais recuado, ser melhor do que foi em Munique: “A nível defensivo, muito mais poderia ter sido feito na primeira mão.” Apesar de o fim-de-semana ter sido de festejos em Madrid, Ancelotti negou que essa seja uma preocupação. Motivo? “É um dia que vale a pena viver: estamos perto de poder disputar uma final.”
Colocando uma lupa sobre o que se pode passar no relvado, o transalpino detalhou que o ucraniano Lunin será o guarda-redes titular, uma vez que “Courtois tem de ter calma para chegar à sua melhor forma”. Já no meio-campo, respondeu “nim” à hipótese de Kroos e Modric surgirem no “onze”: “Não jogaram juntos, mas podem fazê-lo.”
Do outro lado estará um treinador numa posição bem menos cómoda e, na antevisão da partida, Thomas Tuchel reconheceu-o: “Se temos de ganhar uma Liga dos Campeões para ter sucesso, nunca seremos felizes. O que conta são os resultados, na Alemanha não tivemos bons resultados.”
Olhando para o obstáculo que terá de ultrapassar, o técnico alemão disse querer falar “do conteúdo” e “não do mito que é o Real Madrid, para não complicar ainda mais”. “Jogámos melhor na primeira mão, mas não ganhámos. Talvez o Real Madrid tenha 51% a seu favor por jogar em casa, mas não consigo explicar o mito madrileno. Aquela imagem, aquela camisola, sempre nos vem à cabeça. É um dos clubes mais importantes, mas nós também. Não jogamos para nos divertir, mas para dar o próximo passo, que é chegar à final.”