Os serviços de emergência e as associações de protecção animal do Rio Grande do Sul, no Brasil, resgataram quase seis mil animais perdidos, abandonados ou encurralados em zonas de difícil acesso depois das cheias da semana passada, que mataram 83 pessoas e deixaram várias zonas deste estado inundadas.
Segundo a Folha de São Paulo, que cita o Governo regional, os bombeiros, a polícia e a brigada militar encontraram 5432 cães nos telhados e árvores de centenas de municípios. O último balanço da Defesa Civil diz ainda que 83 pessoas morreram, 111 estão desaparecidas e 276 ficaram feridas na sequência das inundações.
As primeiras equipas de socorristas de animais chegaram ao Rio Grande do Sul a 1 de Maio. Segundo a CNN Brasil, as autoridades estão a utilizar barcos e helicópteros emprestados pelos Governos de São Paulo e do Rio de Janeiro para procurar os animais. No entanto, adianta o mesmo jornal, o número não inclui os cães, gatos e outras espécies encontradas pelas associações de bem-estar animal. Algumas avançaram números.
À Folha, o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD), sediado na capital regional de Porto Alegre, disse ter resgatado 214 animais, entre os quais cães, gatos patos e galinhas.
Um dos vídeos, publicados durante o fim-de-semana, mostra cães em cima dos telhados, a única zona das casas que não está submersa. Depois de resgatados, foram transportados em lanchas ou em arcas frigoríficas. A água cobre os joelhos dos socorristas.
Em declarações à CNN Brasil, a fundadora do grupo Bom para Cachorro contabilizou 200 animais na região do Vale do Rio dos Sinos, no Nordeste do Rio Grande do Sul. De acordo com Kayanne Braga, os cães e os gatos estão a ser levados para o pavilhão desportivo municipal.
Deise Falci, voluntária na associação Vem Cachorro, publicou um vídeo no Instagram com quatro cães e um gato no interior da lancha onde seguia. A organização está a pedir um espaço para acomodar os animais.
A provedora dos animais de Santa Cruz do Sul, no centro do Rio Grande, afirmou, sem detalhar números, que as equipas também estão a resgatar animais neste município. Segundo Bruna Molz, os tutores que já foram levados para zonas seguras e estão a pedir ajuda aos socorristas para reaverem os animais. Outros recusam-se a abandonar as casas sem eles.
De acordo com o jornal brasileiro, 385 dos 497 estados do Rio Grande do Sul foram afectados pelas fortes chuvas.
As águas do rio Guaíba subiram mais de 4,5 metros, o nível mais alto desde 1941, ano em que atingiu os 4,76 metros. Uma semana depois das cheias, vários municípios continuam sem energia, telefone e Internet.