Endesa só vai transferir custos da tarifa social para os clientes empresariais
As facturas dos clientes do segmento residencial não vão ser afectadas com o encargo adicional da tarifa social, promete a Endesa.
A Endesa assegura que não vai transferir os custos da tarifa social da electricidade para os seus clientes do mercado residencial.
Depois de o Governo ter alterado o modelo de financiamento deste desconto no preço para os consumidores mais vulneráveis de electricidade, repartindo o encargo por produtores de electricidade e comercializadores, ficou aberta a porta a que o custo seja reflectido na factura mensal de electricidade de famílias e empresas.
A comercializadora de electricidade detida pela italiana Enel, e que em Portugal é liderada por Guillermo Soler, recorda que “a decisão de repassar este custo para os seus clientes, sempre dentro da regulamentação aplicável, cabe aos comercializadores”. No seu caso, promete que irá absorver este custo, embora “apenas no mercado residencial” – ou seja, os clientes empresariais terão esse encargo adicional.
A repartição do custo por cliente está directamente associada à quantidade de energia consumida (são cerca de 29 cêntimos por 100 kWh), pelo que a maior fatia caberá aos clientes empresariais.
“Esta decisão terá um impacto significativo nos resultados da Endesa Portugal, ainda assim, a Endesa considera ser importante proteger as famílias portuguesas” e “não irá passar este custo a todos os seus clientes, sempre que sejam clientes residenciais”, adianta a segunda comercializadora do mercado liberalizado.
O segmento residencial no mercado liberalizado em Portugal é dominado pela EDP Comercial, que tem 67,8% dos clientes, de um total de 5,49 milhões (dados de Dezembro da entidade reguladora, a ERSE) e abastece 63,1% do consumo total.
A segunda maior quota em consumo neste segmento cabe à Endesa (11,2%), seguindo-se Goldenergy (7,7%) e Iberdrola (5,2%).