Real Madrid recupera coroa de campeão entre o sofá e a Cibeles
Triunfo claro sobre “aflito” Cádiz anunciou, no Bernabéu, a festa que o Barcelona não conseguiu travar na deslocação a Girona.
O Real Madrid conquistou, este sábado, após triunfo por 3-0 sobre o Cádiz - já devidamente instalado no sofá -, o 36.º título de campeão espanhol de futebol, passando a deter mais nove do que o rival Barcelona, que precisava de um triunfo na deslocação a Girona para adiar a festa "merengue" e garantir mais uma semana como "rei" de Espanha.
Os "blaugrana" não só não venceram como saíram derrotados por 4-2 e relegados para o terceiro lugar da Liga, com o incómodo vizinho Girona a garantir presença na Liga dos Campeões, muito graças ao bis do suplente Cristián Portu, ficando a 13 pontos do Real.
Os preparativos para a invasão à Praça Cibeles começaram relativamente cedo, num golo monumental de Brahim Díaz, aos 51 minutos do jogo com o Cádiz, antepenúltimo da La Liga, a cinco pontos do primeiro lugar de salvação, ocupado pelo Celta de Vigo, que nesta 34.ª ronda ainda recebe o Villarreal.
Jude Bellingham (68') e Joselu (90+3') deram o impulso definitivo, colocando os catalães a 14 pontos de distância, pelo que com 12 por disputar nas quatro rondas finais, apenas um triunfo da equipa de Xavi Hernández poderia adiar o 36.º título dos madrilenos... segundo de Carlo Ancelotti como treinador do Real.
Uma reconquista para o italiano, depois do título de 2021/22, com Ancelotti a elevar para 29 o número de troféus conquistados como treinador, seis dos quais em Espanha (duas Ligas, duas Taças do Rei e duas Supertaças), em cinco temporadas ao serviço do Real Madrid (de 2013 a 2015 e de 2021 a 2024).
Carlo Ancelotti - que chega a esta altura com duas derrotas em 49 jogos oficiais em 2024 (recorde do clube, ambas com o Atlético Madrid, na Liga e na Taça) - nem precisou de colocar em campo o onze mais forte, dando ao guarda-redes belga Thibaut Courtois a possibilidade de regressar à baliza após onze meses de ausência forçada, devido a lesão.
Courtois correspondeu com três defesas cruciais, duas das quais a antecederem o primeiro e terceiro golos do Real Madrid (invicto há 28 jornadas consecutivas, a dois jogos do máximo de 30 em 1988/89), que na próxima quarta-feira recebe, em festa, o Bayern Munique em jogo da segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões.
Reviravolta trama Barcelona
Festa que esteve para ser cancelada quando o Barcelona entrou a marcar no jogo com o Girona, que poderia ajudar a definir a questão do segundo lugar. Andreas Christensen (3') arrefeceu os ânimos em Madrid, mas o melhor marcador do campeonato só precisou de um minuto para repor a igualdade.
Artem Dovbyk chegou aos 20 golos, mas um penálti de Lewandowski (45+1') voltou a dar vantagem aos "blaugrana", que por instantes afastaram a possibilidade de serem ultrapassados na classificação pelo vizinho da Catalunha.
Uma inevitabilidade depois de Michel ter lançado Cristián Portu no lugar de David López. Uma entrada fatal para o Barça, com o murciano a marcar (65') mal entrou, na primeira vez que tocou na bola, aproveitando um atraso de Sergi Roberto. Portu assistiu logo a seguir (67') Miguel Gutiérrez para o 3-2, antes de assinar o bis (74').
Já com João Félix em campo para os minutos finais (João Cancelo foi titular) e sem outros argumentos, o Barcelona parecia resignado, limitando-se a evitar por duas vezes o quinto golo do Girona em período de descontos, passando, assim, o testemunho do título ao eterno rival de Madrid, que entretanto já começara a invadir as ruas da capital espanhola.