Esperança de vida volta a subir na UE, após a quebra devido à pandemia

Em 2023, à nascença as pessoas podiam esperar viver 82,4 anos em Portugal, mais cinco meses do que no período anterior à pandemia.

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À nascença, em 2023 as pessoas podiam esperar viver 84 anos e quatro meses Manuel Roberto
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As pessoas estão a viver mais tempo na União Europeia (UE), depois dos anos de elevada mortalidade durante a pandemia de covid-19. A esperança de vida à nascença voltou a aumentar na maior parte dos países da UE após o recuo observado durante os anos da pandemia na maior parte dos países da UE e fixou-se em 2023 nos 81,5 anos, mais nove meses do que 2022 e mais dois meses face à média anterior ao período pandémico (2019), adianta esta sexta-feira o Eurostat.

Em Portugal, no ano passado a esperança de vida à nascença era de 82,4 anos - ou seja, as pessoas podiam esperar viver mais cinco meses do que em 2019. Portugal surge no nono lugar da lista dos países com maior esperança de vida, acima da média da UE, indicam os dados preliminares de 2023 agora divulgados pelo gabinete de estatística da UE.

Já se sabia que a pandemia tinha sido responsável pela interrupção na tendência de aumento da esperança de vida que se registava desde há décadas. O relatório Health at a Glance divulgado em Dezembro de 2022 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) enfatizou mesmo que a pandemia de covid-19 foi responsável, na maioria dos países da UE, pela maior quebra observada da esperança de vida desde a II Guerra Mundial.

Os números agora conhecidos indicam que no ano passado se começou a regressar à normalidade e ao ciclo de melhoria deste indicador na maior parte dos países.

Mas o número de anos que as pessoas podem esperar viver à nascença varia, e em alguns casos substancialmente, entre os diversos países da União Europeia. De acordo com os dados preliminares do Eurostat, Espanha era em 2023 o país com a esperança de vida mais elevada na UE (84 anos), seguido de Itália (83,8) e de Malta (83,6 anos). Do lado oposto, os países onde os cidadãos podiam esperar viver menos anos eram a Bulgária (75,8 anos), a Letónia (75,9) e a Roménia (76,6).

Ainda assim, estes países registaram em 2023 uma recuperação expressiva em comparação com o período anterior à pandemia. Os maiores aumentos face a 2019 verificaram-se na Roménia (1 ano), Lituânia (oito meses), Bulgária, Luxemburgo, Malta e República Checa (sete meses cada um), especifica o Eurostat.

As excepções a este panorama de recuperação quase generalizada face ao período pré-pandémico em 2023 são a Áustria e a Finlândia, onde, em comparação com 2019, a esperança de vida à nascença recuou quatro meses, além da Estónia e dos Países Baixos (dois meses), da Alemanha e da Croácia (um mês).

O Eurostat não faz ainda a distinção por género deste indicador mas os dados relativos a 2022 indicavam que as mulheres tendiam a viver quase mais cinco anos e quatro meses do que os homens, em média. No final de 2022, a esperança de vida à nascença para as mulheres era de 83 anos e quatro meses, enquanto para os homens era de 77 anos e dez meses.​

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