A Adidas perdeu o patrocínio da Federação Nacional de Futebol da Alemanha para a Nike. Há 70 anos que a empresa alemã era responsável por vestir a selecção nacional, mas, no mês passado, a norte-americana Nike venceu o concurso. Agora, o CEO da Adidas, Bjorn Gulden, anunciou que não pretende igualar a oferta.
Não foi divulgado oficialmente o valor do negócio, apesar de a revista Forbes noticiar que terá sido de cem milhões de euros. Entre 2027 e 2034, será a Nike o fornecedor oficial da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla original). Em Portugal, é também a Nike a patrocinar os equipamentos da selecção de futebol.
“Não estou nada chateado”, reagiu Gulden em resposta a uma pergunta durante uma conferência de imprensa. “Somos uma empresa que precisa de equilibrar custos e receitas, e o preço que é citado na imprensa e que o nosso concorrente pagou não é algo que estejamos dispostos a pagar”, justifica.
Questionado sobre o facto de a Adidas ter assinado um contrato de equipamento com o Liverpool, substituindo a Nike, Gulden disse que não havia nada a acrescentar.
A Adidas, a Nike e outras marcas desportivas estão em constante competição pelos contratos de equipamento com as maiores e mais importantes equipas de futebol, sobretudo porque a venda das réplicas das camisolas pode ser mais impulso financeiro para estas empresas, especialmente durante grandes competições como o Campeonato do Mundo ou o Euro — a acontecer em Junho precisamente na Alemanha, em Munique.
“Todos estes acordos de patrocínio têm a ver com o reconhecimento e o sentimento da marca”, confirmou Tom Scott, director executivo da Trippant, uma empresa de consultoria em comunicação centrada no desporto, em Londres. “Mas a quota de mercado não é determinada pelas camisolas que se patrocinam, mas sim pelas sapatilhas que se vendem semana após semana.”
E no que diz respeito ao calçado, a Adidas apresentou também nesta terça-feira os resultados do primeiro trimestre de 2024, com um crescimento de 24% a assinalar na Europa, em resposta à forte procura das sapatilhas, especialmente os modelos Gazelle e Samba. No mercado norte-americano, todavia, a empresa continua a sofrer as consequências da separação com Ye e o cancelamento da linha Yeezy. No total, as receitas aumentaram 13% durante os primeiros três meses do ano.
Em 2023, pela primeira vez em 30 anos, a Adidas anunciou um prejuízo anual, de 58 milhões de euros. Apesar da subida deste trimestre, a empresa antecipou uma queda das vendas nos EUA de 5% para este ano.