Lucros do Santander e do BPI registam forte subida no primeiro trimestre

Montepio registou ligeira queda nos lucros, que justifica com a recuperação extraordinária de imparidades um ano antes.

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Actividade dos bancos continua pautada por bons resultados Antonio Bronic
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Depois dos lucros recordes de 2023, o Banco Santander e o Banco BPI terminaram o primeiro trimestre de 2024 com forte crescimento nos lucros. No caso do Santander, essa rubrica aproximou-se dos 60%, mais concretamente 58,4%, para 294,4 milhões de euros. Já no BPI, o resultado consolidado ascendeu a 121 milhões de euros, um aumento de 43% face ao período homólogo.

Os números apresentados esta terça-feira pelo Banco Santander mostram, contudo, que “o rácio de eficiência se situou em 22,7%", uma redução de 8,6 pontos percentuais em termos homólogos relativamente ao ano transacto.

“O crédito a clientes ascendeu a 46,6 mil milhões de euros (+9,6% em termos homólogos), mas o crédito hipotecário reduziu-se em 1,5% face ao período homólogo transacto, enquanto o crédito ao consumo ficou praticamente inalterado, beneficiando de uma progressiva recuperação dos novos volumes de crédito”, revela a instituição liderada por Pedro Castro e Almeida.

Os recursos de clientes ascenderam a 43,8 mil milhões de euros, uma redução de 2,3% face ao mesmo período de 2023, “largamente explicada pelo comportamento dos depósitos, mas que foi compensada pela diversificação das poupanças para recursos fora de balanço, os quais cresceram 10,1% neste período”.

O BPI também divulgou os resultados relativos ao terceiro trimestre esta terça-feira, dando conta de que “o rácio de eficiência (cost-to-income) melhorou para 38%". A instituição liderada por Pedro Oliveira e Costa destacou “um crescimento homólogo de 3% no crédito, enquanto os depósitos aumentaram 4%”.

De acordo com os dados da instituição, “os proveitos da actividade comercial cresceram 16%, enquanto os custos recorrentes se mantiveram estáveis e o custo do risco se situa num nível reduzido de 0,15%, o que, em conjunto, se traduziu numa melhoria da rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrentes em Portugal para 17,2% (+7,6 pontos percentuais nos últimos 12 meses)”.

Com evolução positiva esteve ainda o crédito à habitação (+2%) e às empresas (+6%), tendo os depósitos de clientes também crescido (+4%).

Menos lucros no Montepio

Ao contrário das duas primeiras instituições, o Banco Montepio registou uma queda de 9% nos resultados dos primeiros três meses do ano, para 32,1 milhões de euros, uma descida que a instituição justifica com o facto de os 35,3 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2023 terem “beneficiado da recuperação extraordinária de imparidades na sequência da liquidação não recorrente de exposições relevantes.”

Na informação divulgada, o Banco Montepio destaca que a margem financeira ascendeu a 99,2 milhões de euros, um aumento de 9,9% face ao período homólogo de 2023.

Da evolução do negócio o banco destaca o crescimento do crédito líquido e dos depósitos em 1,3% e 2,2% comparativamente com igual período do ano passado, o que “foi determinante para a manutenção dos rácios de capital em níveis confortavelmente acima dos requisitos regulamentares, bem como para o reduzido rácio de NPL (non-performing loans, na sigla em inglês)​ e para a sólida posição de liquidez actual”, lê-se no comunicado.

O crédito a clientes (bruto) subiu ligeiramente (de 11,7 mil milhões de euros para 11,9 mil milhões de euros), e os depósitos totalizaram 13,7 milhões, um acréscimo homólogo de 977 milhões de euros (+7,7%).

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