Os principais bancos privados já apresentaram as contas de 2023 e os resultados são, como esperado, de crescimento expressivo. Num ano em que a subida das taxas de juro levou a um encarecimento do crédito, que não foi acompanhado na mesma dimensão pela remuneração dos depósitos, os bancos viram as receitas obtidas por via dos juros a disparar e a suportar um resultado líquido que, no seu conjunto, foi superior a três mil milhões de euros, um aumento anual de 80%. Perante críticas de "lucros excessivos", os banqueiros têm defendido que, quando os juros estavam em queda, a margem financeira também foi penalizada. O argumento é verdadeiro, mas conta apenas uma parte da história: durante a última crise financeira, quando as taxas de juro iniciaram uma trajectória de queda, que só viria a terminar em 2022 e depois de anos em terreno negativo, a margem financeira destes bancos caía a um ritmo significativamente mais lento do que o crescimento que acontece agora.
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