Duas activistas da Climáximo detidas em Lisboa, mas já libertadas

Grupo organizou marcha lenta na Rua de Sapadores e garante que informou previamente a Câmara de Lisboa e a PSP.

Foto
Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
01:56

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Duas activistas pelo clima foram detidas este sábado em Lisboa, acusadas de desobediência e obstrução do trânsito rodoviário, e foram libertadas "quase seis horas depois", disse à Lusa uma porta-voz do movimento Climáximo.

As duas jovens fazem parte do movimento Climáximo "pela justiça climática" e participaram na manhã deste sábado, com outros dois jovens, numa marcha lenta "contra o genocídio da crise climática", na Rua de Sapadores, em Lisboa.

Ouvida pela Lusa, Mariana Rodrigues, do Climáximo, disse ter estranhado a actuação policial porque se tratou de uma marcha legal, comunicada com a devida antecedência à Câmara Municipal de Lisboa. A meio do percurso a marcha foi parada pela polícia, disse.

A responsável confirmou que as duas activistas detidas já foram libertadas, depois de serem identificadas na esquadra da Penha de França e acusadas de crimes de desobediência e obstrução do trânsito, e lamentou que as duas activistas tivessem de estar quase seis horas na esquadra.

De acordo com um comunicado divulgado esta tarde pelo grupo a acção teve apoio popular, apesar dos protestos de alguns automobilistas. Os quatro jovens, em marcha lenta na rua, transportaram uma faixa com a frase "a crise climática é um genocídio".

Jovens do movimento Climáximo têm protagonizado com regularidade acções de protesto pelo uso de combustíveis fósseis. Na sexta-feira distribuíram panfletos nas carruagens do metro a sensibilizar a população para agir "e juntar-se à resistência climática" mas também foram parados pela polícia.

Actualmente estão a ser julgados 11 jovens por terem bloqueado o viaduto Duarte Pacheco, também em Lisboa.

Sara Gaspar, uma das activistas, citada no comunicado, aponta os "direitos conquistados no 25 de Abril" e diz que "todas as pessoas têm o direito e o dever de resistência contra a guerra que foi declarada contra a vida, deliberada e conscientemente, há décadas, por parte de governos e de empresas". E deixa uma garantia: "Vamos continuar a resistir".