“Não há condições políticas” para repor serviço militar obrigatório, diz Nuno Melo

Ministro da Defesa sugeriu serviço militar como “oportunidade de exercício de formação, autoridade e valores” para jovens que cometem pequenos delitos.

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O ministro da Defesa Nacional e líder do CDS, Nuno Melo FILIPE AMORIM
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O ministro da Defesa Nacional admitiu esta sexta-feira que "não há condições políticas" para voltar a impor o serviço militar obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

Num jantar-conferência da 13.ª edição da Universidade Europa, uma iniciativa de formação política do PSD, Nuno Melo defendeu ainda que o serviço militar poderia ser uma alternativa para jovens que cometem pequenos delitos em vez de serem colocados em instituições que, "na maior parte dos casos, só funcionam como uma escola de crime para a vida".

"Quantos destes jovens é que, se em vez de estarem institucionalizados sem nenhumas condições, pudessem cumprir um serviço militar, ter oportunidade de um exercício de formação, de autoridade, de valores, não poderiam ser mais tarde cidadãos muito melhores e simplesmente não lhes foi dada essa oportunidade?", questionou.

Quer na sua intervenção inicial, quer na resposta às perguntas dos "alunos" desta iniciativa de formação política, o ministro da Defesa rejeitou o regresso de uma obrigatoriedade do serviço militar.

"Nós não precisamos de um serviço militar obrigatório. Não há sequer neste momento condições políticas para impor um SMO. Mas há um conjunto de possibilidades que passam por situações já experimentadas noutros países, como a Suécia", disse.

Nuno Melo exemplificou que "um ano de experiência militar voluntária" que, no final, pudesse dar aos jovens "maior facilidade em entrar numa universidade" ou em "integrar a função pública em determinadas áreas" poderia ser "uma forma" dos que que gostassem da vida militar acabarem por celebrar um contrato com as Forças Armadas.

"Temos é de criar condições para que os jovens possam ter esta opção, que tem de ser atractiva, e vamos tentar fazê-lo", afirmou, apelando até aos cerca de 70 jovens presentes na Universidade Europa que "façam essa experiência".

"Ajudem a mostrar a um país inteiro que as Forças Armadas não são uma coisa do passado, mas a nossa identidade. Garanto-lhes que muitos de vós iriam gostar", reforçou.