O pé esquerdo de Marcos Leonardo sacudiu a pressão

Os “encarnados” estiveram a perder no Estádio da Luz até aos 71 minutos, mas chegaram ao triunfo, por 3-1, com um “bis” de Marcos Leonardo e um golo de David Neres.

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O Benfica conseguiu a reviravolta contra o Sp. Braga PEDRO ROCHA / REUTERS
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Houve assobios, tochas atiradas para o relvado e tarjas na bancada com Rui Costa como alvo, mas, com três golos nos últimos vinte minutos, o Benfica deu a volta ao Sp. Braga e, com um triunfo, por 3-1, afastou qualquer hipótese de o Sporting sair da jornada 31 da I Liga com o título de campeão nacional assegurado. No Estádio da Luz, os minhotos chegaram ao intervalo em vantagem de forma merecida - marcou Ricardo Horta, aos 28’ -, mas, na primeira vez que tocou na bola, Marcos Leonardo fez o empate (71’). Treze minutos depois, David Neres fez de cabeça o golo que colocou o Benfica pela primeira vez na frente do marcador e, já nos descontos, Marcos Leonardo, de novo com o pé esquerdo, bisou no encontro, fixando o resultado final em 3-1.

Com a pressão de não poder falhar para não facilitar a vida ao rival da Segunda Circular na luta pelo título e um dia depois de Roger Schmidt lançar mais algumas achas para uma fogueira que já estava bem acesa, fazendo novos comentários sobre o comportamento dos adeptos benfiquistas, o Benfica até pareceu estar imune a qualquer problema no arranque do duelo com o Sp. Braga.

Sem surpresa, a estratégia de Schmidt não teve novidades, mas, sem João Neves, que está condicionado fisicamente deste o jogo frente ao Farense, o técnico alemão optou por colocar João Mário ao lado de Florentino no meio-campo. Com isto, mantinha-se a adaptação de Aursnes à lateral esquerda e a aposta em Álvaro Carreras voltou a não ter continuidade. Já no ataque, o golo marcado na última jornada por Arthur Cabral teve como recompensa a manutenção no “onze”.

O Sp. Braga, sem Abel Ruiz (lesionado), apostou de início numa equipa com opções ofensivas q.b. (Álvaro Djaló, Ricardo Horta, Rodrigo Zalazar e Simon Banza), e tinha no ex-benfiquista Cher Ndour a principal novidade - o médio emprestado pelo PSG estreou-se a titular -, mas a equipa liderada até ao final do campeonato por Rui Duarte demorou a ajustar-se à intensidade benfiquista inicial.

Com um futebol agradável, o Benfica nos primeiros 15 minutos dominou por completo o Sp. Braga e teve um par de boas ocasiões para marcar - Arthur Cabral acertou na barra aos 10’ -, mas, após a primeira ameaça dos minhotos, aos 20’, o jogo mudou.

Depois de se libertar da pressão inicial, a equipa “arsenalista” passou a conseguir aproximar-se de forma regular da baliza de Trubin e, em cima da meia hora, chegou à vantagem: Djaló arrancou pela direita, colocou a bola na entrada da área e Ricardo Horta, sem grande oposição, fez o 12.º golo da época.

Com o Benfica a perder, chegou a contestação até aí adormecida. Até ao intervalo, com os jogadores “encarnados” a mostrarem nervosismos, o encontro teve de ser interrompido por duas vezes, devido a tochas atiradas da bancada para o relvado, tendo ainda sido mostrada por uns breves segundos uma tarja dirigida a Rui Costa: “Presidente, o nosso amor não tem limites.”

Com a equipa intranquila e a acusar alguns problemas, Schmidt, como é regra, nada mudou ao intervalo, mas, aos 52’, Alexander Bah (aparentemente lesionado) foi substituído por Carreras – Aursnes passou para o lado direito.

Nessa altura, o Sp. Braga já tinha recuado as suas linhas e convidava o Benfica a assumir o jogo. A estratégia bracarense era de risco e acabou por revelar-se fatal. Embora a nível colectivo as “águias” mostrassem sempre dificuldades, Schmidt tinha em campo talento suficiente para desbloquear o problema num rasgo individual. E foi isso que aconteceu.

Mesmo sem que o treinador do Benfica mostrasse grande ousadia – trocou aos 70’ Rafa e Arthur por Kökçü e Marcos Leonardo -, com a entrada do jovem brasileiro o alemão acertou no jackpot: na primeira vez que tocou na bola, Marcos Leonardo mostrou instinto goleador e, com o pé esquerdo, empatou a partida.

Com novo balão de oxigénio, o Benfica ganhou confiança e, perante um Sp. Braga totalmente inoperante ofensivamente, os “encarnados” pressionaram até os seus dois principais fantasistas fabricarem o segundo golo: Di María arrancou pelo flanco esquerdo, colocou a bola no lado contrário, onde Neres, junto ao poste, empurrou de cabeça para o fundo da baliza.

A vantagem “encarnada” apaziguava o ambiente na Luz e penalizava a falta de ambição minhota, mas, já em períodos de descontos, Marcos Leonardo fez questão de mostrar que já não é apenas um “projecto” de avançado: mesmo sob a pressão da defesa, o ex-Santos bisou e fixou o marcador em 3-1.

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