Rússia veta resolução na ONU contra uso de armas de destruição maciça no espaço
Texto recebeu 13 votos a favor, a abstenção da China e o voto contra da Rússia que, como membro permanente do Conselho de Segurança, tem o poder de bloquear um projecto de resolução.
A Rússia vetou esta quarta-feira uma resolução apresentada pelos Estados Unidos e pelo Japão no Conselho de Segurança da ONU visando evitar o desenvolvimento e implantação de armas de destruição maciça, como armas nucleares, no espaço.
O texto recebeu 13 votos a favor, a abstenção da China e o voto contra da Rússia que, como membro permanente do Conselho de Segurança, tem o poder de bloquear um projecto de resolução. "É uma resolução que parece uma piada", disse o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, antes da votação.
A resolução, que contou com o patrocínio de dezenas de países, incluindo Portugal, apelava a todos os países para que não desenvolvessem ou implantassem armas de destruição maciça, como armas nucleares, no espaço.
A votação deste projecto de resolução seguiu-se à confirmação pela Casa Branca no mês passado de que a Rússia obteve uma capacidade “preocupante” de armamento anti-satélite, embora tal arma ainda não esteja operacional. O vice-embaixador dos EUA, Robert Wood, disse, também antes da votação, que se a Rússia não votasse a favor da resolução "daria que pensar se estão a esconder alguma coisa".
O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou mais tarde que Moscovo não tem intenção de implantar armas nucleares no espaço, alegando que o país apenas desenvolveu capacidades espaciais semelhantes às dos Estados Unidos. “A nossa posição é clara e transparente: sempre fomos categoricamente contra e agora continuamos a ser contra a implantação de armas nucleares no espaço”, disse Putin.
O projecto de resolução agora vetado advogava que “a prevenção de uma corrida às armas no espaço evitaria um grave perigo para a paz e segurança internacionais”. Instava todos os países que realizam actividades de exploração e utilização do espaço exterior a cumprirem o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.