Cão morre durante voo de sete horas depois de companhia aérea se enganar no destino

Joca tinha que embarcar num voo de duas horas com o dono, mas acabou por ser levado para outro avião. O ministro dos Aeroportos do Brasil anunciou que a morte do animal vai ser investigada.

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O cão morreu esta segunda-feira, dia 22 de Abril João Fantazzini/Instagram
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Joca, um golden retriever de quatro anos, embarcou na segunda-feira, dia 22 de Abril, num voo entre a região brasileira de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Sinop, no Mato Grosso, com o dono. A viagem entre as duas cidades duraria pouco mais de duas horas (2h45), no entanto, o cão nunca chegou a entrar mesmo avião do tutor João Fantazzini.

Joca seguiu num voo com destino a Fortaleza, no Ceará. No total, a viagem de ida e de regresso a São Paulo durou quase sete horas e o cão acabou por morrer.

A transportadora brasileira Gol Linhas Aéreas garante que se tratou de uma “falha operacional” e afirma ter ficado surpreendida com a morte do animal quando avião aterrou no Aeroporto de Guarulhos.

João Fantazzini foi avisado do erro durante o voo até Sinop e decidiu regressar a São Paulo para esperar pelo cão. Segundo a CNN Brasil, os funcionários da Gol enviaram vídeos do animal ao dono durante o embarque para São Paulo.

João ficou a saber da morte de Joca quando o foi buscar à zona de cargas e descargas do aeroporto.

O corpo foi examinado por uma veterinária no aeroporto que concluiu que o animal morreu vítima de “paragem cardiorrespiratória por causa desconhecida”, escreve a Folha de São Paulo.

Em entrevista ao canal de televisão norte-americano, o tutor acusa a empresa de “não ter tratado” do animal e já fez queixa às autoridades que registaram o caso como crime de maus tratos a animais.

Entretanto, a companhia aérea já fez saber que já suspendeu o transporte de cães e gatos nos porões, restrição que terminará a 23 de Maio. Segundo um comunicado citado pela Folha, durante estes 30 dias a Gol vai apurar as circunstâncias da morte do cão.

João Fantazzini diz ter recebido autorização do veterinário de Joca para levar o animal em voos curtos. Por ser um cão de grande porte, teve de viajar no interior de uma transportadora que estava no porão juntamente com as malas dos passageiros.

Ministério dos Aeroportos vai investigar morte do cão

Na terça-feira à noite, o ministro dos Portos e Aeroportos do Brasil, Silvio Costa Filho, anunciou que o Ministério e a Agência Nacional de Aviação do país (ANAC) “vão abrir um processo para apurar responsabilidades” sobre a morte de Joca e, dependendo do resultado da investigação, aplicar penas.

Segundo o diário brasileiro, o ministro acrescentou ainda que as regras do transporte de animais de companhia em aviões serão revistas.

Esta não é a primeira vez que a Gol enfrenta problemas com o transporte de cães em porões. Em 2021, Pandora, uma cadela que viajava num dos aviões da companhia, perdeu-se na chegada ao Aeroporto de Guarulhos e só foi encontrada 40 dias depois. Nessa altura a Gol também suspendeu o transporte de animais de companhia.

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