Assessor de eurodeputado alemão da AfD detido por suspeita de espionagem para a China
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, considerou a detenção do alegado espião chinês como “extremamente séria”, no que pode ser “um ataque à democracia europeia”.
As autoridades policiais alemães detiveram, esta segunda-feira, um assessor de um eurodeputado alemão do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) por suspeitas de espionagem para a China.
O assessor, identificado como Jian G., foi detido na cidade alemã de Dresden, estando a trabalhar desde 2019 com um eurodeputado que não foi identificado pelo Ministério Público alemão. Segundo a agência Reuters, a página do eurodeputado Maximilian Krah no sítio do Parlamento Europeu refere um assistente com o nome de Jian Guo.
O assessor é acusado de trabalhar para os serviços de espionagem chineses, passando informações sobre os trabalhos de negociação e decisão do Parlamento Europeu e espiando dissidentes chineses na Alemanha.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, considerou a detenção do alegado espião chinês como "extremamente séria", afirmando que, “se se confirmar que os serviços de informação chineses espiaram o Parlamento Europeu a partir de dentro, seria um ataque à democracia europeia”. "Quem emprega esse tipo de funcionário também tem responsabilidade", afirmou a ministra, acrescentando que a investigação será exaustiva.
Na rede social X, Krah, que já tinha sido acusado de ligações próximas à China no chamado "Chinagate", afirmou que “tomou conhecimento” da detenção, afirmando que não tinha mais informações e que “espiar para um Estado estrangeiro” era uma “acusação grave”.
Esta detenção surgiu no mesmo dia em que três alemães foram também detidos num caso diferente, por suspeitas de prepararem transferência de informações sobre tecnologia com potencial militar.
Sobre estas detenções, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chineses pediu para que as partes envolvidas parassem de “espalhar falsas informações sobre uma suposta ameaça de espionagem chinesa”, acrescentando que estas acusações têm como intenção “desacreditar e suprimir a China”.