Benfica vence mas com a cabeça na Liga Europa
Os “encarnados” derrotaram o Moreirense de forma convincente, apesar das oito mudanças promovidas na equipa titular.
Foi com a cabeça na Liga Europa que o Benfica defrontou, neste domingo, o Moreirense, em jogo a contar para a Liga portuguesa. Com uma partida importantíssima na competição europeia agendada para a próxima quinta-feira, em Marselha, Roger Schmidt promoveu uma revolução na equipa. E o técnico deu-se bem, vencendo um adversário que até vinha sendo incómodo para as “águias” nos últimos duelos por 3-0. Um triunfo que mantém os “encarnados” vivos na prova nacional e que permitiu descansar os habituais titulares para a UEFA.
O coração até ainda pode estar na Liga portuguesa, mas os possíveis sete pontos de distância para o líder Sporting fazem com que a cabeça esteja claramente na Liga Europa, onde o Benfica vai para a segunda mão dos quartos-de-final, na quinta-feira, com uma vantagem curta de 2-1, conquistada na semana passada, na Luz, frente ao Marselha. Motivo mais do que suficiente para levar o treinador dos benfiquistas – que foi brindado com uma valente assobiadela dos adeptos presentes no estádio antes do jogo com o Moreirense começar – a fazer mudanças. Entre castigados (Otamendi e Aursnes) e “poupanças”, só Alexander Bah, João Neves e David Neres se conservaram como titulares.
Tanta alteração “passou factura”. Em especial no primeiro tempo, que acabou com o Moreirense com mais tempo de posse de bola e a acertar uma vez no poste da baliza à guarda de Samuel Soares. Mas, apesar de a exibição não ter sido nada espectacular, a eficácia permitiu ao Benfica ir para o intervalo a vencer de forma confortável, graças aos golos de Kokçu (18’), finalizando um bom contra-ataque e Tomás Araújo (45’+1’), na sequência de um canto – e Arthur Cabral ainda acertou na barra da baliza do Moreirense.
A segunda parte foi bem melhor para os homens da casa. O Benfica surgiu mais dinâmico e construiu mais ocasiões de perigo junto da baliza adversária. E, acima de tudo, o Moreirense deixou de ser capaz de rondar a baliza “encarnada” com perigo. Muito por culpa da entrada em campo de Florentino, que passou a controlar melhor a zona central do terreno. Foram, por isso 45 minutos tranquilos para as “águias” que até viram Rollheiser — suplente utilizado — a marcar o seu primeiro golo com a camisola do Benfica (79’).
Roger Schmidt continuou, por isso, a fazer a gestão do plantel, retirando ao intervalo Neres e João Neves e fazendo entrar mais uma série de jogadores com poucos minutos de jogo ao longo da segunda parte.
E numa partida que acabou em goleada e deu para o treinador alemão utilizar oito jogadores da formação benfiquista, esta gestão acabou por ser uma aposta de risco de Schmidt mas que correu bem e que revela coragem por parte do germânico. Numa altura em que não é a pessoa mais popular entre os adeptos, o treinador germânico não hesitou em fazer estas alterações.
Contudo, apesar da vitória folgada e de a exibição, com tantas alterações ter sido muito aceitável, não deixaram de ser bem perceptíveis alguns sinais de instabilidade.
Para além da assobiadela a Schmidt quando o nome do técnico foi anunciado, a forma como Kokçu inaugurou o marcador mas nem sequer festejou o golo também foi sintomático de como o ambiente entre os adeptos e a equipa benfiquista está longe de ser perfeito. Talvez mude a partir de quinta-feira...