Junta militar do Mali suspende actividades dos partidos políticos
Há quase quatro anos que o país é governado por militares. Prazo para a realização de eleições foi quebrado no mês passado.
A junta militar que governa o Mali suspendeu as actividades de todos os partidos políticos, alegando a necessidade de controlo da ordem pública. O decreto suspende as actividades de todos os partidos e “associações de natureza política” por tempo indefinido, anunciou o porta-voz do Governo, Abdoulaye Maiga, numa declaração televisiva na quarta-feira à noite.
O Mali é governado pelos militares desde Agosto de 2020, na sequência do primeiro de oito golpes de Estado na África Ocidental e Central nos últimos quatro anos, abrangendo países vizinhos como o Burkina Faso e o Níger.
A junta actual no Mali chegou ao poder depois de um segundo golpe em 2021 e prometeu transferir o poder para um Governo civil até 26 de Março de 2024, após eleições. No entanto, em Setembro, os militares disseram que iriam suspender indefinidamente a marcação de eleições por razões técnicas, suscitando revolta entre os grupos políticos.
O fim do prazo para a transferência do poder, no mês passado, levou a novas reacções e alguns dos principais partidos e grupos da sociedade civil exigiram a apresentação de um calendário para as eleições.
“Iremos usar todas as vias legais e legítimas para o regresso da ordem constitucional regular ao nosso país”, afirmaram através de um comunicado conjunto que incluiu uma grande coligação da oposição e o partido do ex-Presidente deposto.
A junta militar já tinha quebrado uma promessa inicial de realizar eleições em Fevereiro de 2022.