Sporting foi Geny do princípio ao fim

“Leões” triunfam sobre o Benfica, por 2-1, e reforçam liderança do campeonato, agora com quatro pontos de vantagem e um jogo a menos,

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Catamo marcou no primeiro minuto e aos 91 LUSA/FILIPE AMORIM
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Se a história recente dos derbies mostrava que o Sporting tinha melhor princípio e o Benfica tinha melhor fim, desta vez os "leões" tiveram melhor princípio e melhor fim graças ao genial Geny Catamo. Ao quarto derby da época, os "leões" triunfaram por 2-1 com dois golos do moçambicano e aumentaram para quatro pontos a vantagem sobre a equipa de Roger Schmidt. E a seis jornadas do fim, tendo o Sporting menos um jogo, já cheira a título para os lados de Alvalade.

Manteve-se o registo perfeito do Sporting em Alvalade – 14 vitórias em 14 jogos – e o caminho ficou mais desimpedido rumo ao 20.º título da sua história (ao qual também pode juntar a Taça de Portugal). E às custas de um Benfica que, tal como tinha acontecido no jogo de terça-feira, dividiu o jogo e, em alguns períodos, foi até superior. Mas os “encarnados” podem queixar-se da sua capacidade de finalização e de alguma falta de agressividade em momentos-chave – e Roger Schmidt, com tantos pontas-de-lança, insiste em Tengstedt. E claro, de Geny Catamo, o moçambicano que teve de dar uma volta longa (Marítimo, Vitória SC) antes de se afirmar como um jogador-chave para Rúben Amorim.

Nada do que Amorim e Schmidt trouxeram para este quarto derby da época foi surpreendente. Já se sabe que o alemão não muda quando as coisas funcionam, e foi um Benfica igual ao do jogo da Taça que se apresentou em Alvalade, enquanto era expectável que Amorim mudasse meia equipa – foi o que fez, devolvendo ao “onze” St. Juste, Morita, Matheus, Geny e o regressado Pedro Gonçalves. Era Sporting e Benfica nas suas melhores versões e nem podia ser de outra maneira. Este não era um jogo para poupanças.

Ainda nem um minuto tinha passado e o marcador já tinha funcionado. O Benfica saiu com a bola, mas ficou pouco tempo com ela. Pedro Gonçalves conquistou a posse a Bah, deixou para trás o dinamarquês e ignorou António Silva. Tentou o cruzamento, a bola ganhou altura, Trubin não a tirou dali e, vindo de trás, Geny Catamo só teve de encostar para o 1-0. O marcador assinalava 47 segundos – o Sporting já não marcava um golo ao Benfica no primeiro minuto há mais de 30 anos, desde que Balakov o fez em 1992, no Alvalade antigo.

Na perspectiva do Sporting eram duas apostas ganhas por Amorim, Catamo (que fez o seu quinto golo da época) e, sobretudo, Pedro Gonçalves, a marcar o seu regresso com um desequilíbrio importante depois de uma ausência de três semanas. Na perspectiva do Benfica, este era mais um jogo em que teria de atenuar o prejuízo – mais uma vez sofreu primeiro, tal como nos três jogos anteriores.

O Benfica tentou ser a mesma equipa que fora no jogo da Taça, a pressionar e a tentar disputar todas as divididas. Teve, de facto, domínio territorial, maior presença no último terço e mais bola nos pés, mas sem que tudo isto se traduzisse em oportunidades flagrantes – alguns remates, ora de Rafa, ora de Di Maria, mas sem direcção. E o Sporting, mesmo mais encolhido, teve uma aproximação perigosa aos 25’, com Gyökeres a ganhar a Silva e a deixar em Trincão, que pressionado por Otamendi, limitou-se a passar a bola a Trubin.

Quando o jogo já se preparava para o intervalo, eis que o Benfica conseguiu empatar num lance de bola parada. Num livre cobrado a partir da esquerda, Di María fez voar a bola até ao segundo poste, onde estava Bah para cabecear – o dinamarquês foi oportuno a surgir nas costas de Matheus Reis. Um golo no último minuto a responder a um golo no primeiro minuto. A segunda parte prometia.

O Benfica tinha mais urgência numa vitória e era expectável que se aventurasse mais no ataque. Foi o que aconteceu, mas esse balanceamento abriu espaços atrás e foi o Sporting quem teve três boas oportunidades para voltar a estar no comando do marcador. Logo aos 48’, os “leões” conseguem um contra-ataque de dois para um, mas o passe de Catamo foi interceptado por Aursnes antes de chegar a Gyökeres.

Pouco depois, o sueco teve um cabeceamento perigoso que Trubin deteve com segurança, mas o ucraniano não iria conseguir deter um potente remate do nórdico que foi ao poste. Os “encarnados” também tiveram as suas hipóteses, com um remate de Di María que Israel defendeu e outro de Neres, já depois de ter contornado o guarda-redes, que Coates interceptou.

Já depois dos 90, período em que o Benfica tinha vencido no jogo da primeira volta, foi o Sporting a garantir o triunfo com um golo de Geny Catamo, com o seu pior pé, o direito - um remate cheio de fé do moçambicano e indefensável para Trubin. E para isto o Benfica, que ainda acabou a jogar com dez (expulsão de Aursnes), já não teve resposta.

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