Serra Leoa declara emergência nacional devido a aumento de consumo de droga

Consumo de kush, uma droga sintética que combina várias substâncias químicas viciantes e produz efeitos semelhantes aos da cannabis, provoca “alarmante taxa de mortalidade” nos jovens da Serra Leoa.

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Para o Presidente da Serra Leoa, o país enfrenta uma "ameaça existencial devido ao impacto devastador do abuso de drogas" Reuters/SHANNON STAPLETON
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O Presidente de Serra Leoa declarou na quinta-feira o estado de "emergência nacional" devido ao aumento do consumo de drogas no país, especialmente o uso crescente entre os jovens de uma droga sintética conhecida como kush.

"O nosso país enfrenta actualmente uma ameaça existencial devido ao impacto devastador do abuso de drogas e outras substâncias, em especial, a devastadora droga sintética kush", afirmou Julius Maada Bio num discurso transmitido pela televisão à nação na noite de quinta-feira.

A "alarmante taxa de mortalidade dos nossos jovens devido ao uso viciante de kush já não é aceitável", acrescentou, anunciando a entrada em vigor de "uma emergência nacional sobre o abuso de drogas e substâncias", que permitirá ao Governo expandir as suas acções contra aquele fenómeno.

O Presidente anunciou também a criação de uma força conjunta nacional através da colaboração de diferentes ministérios, forças de segurança, organizações religiosas e da sociedade civil, bem como "parceiros de desenvolvimento".

As acções desta força incluirão tanto a prevenção, oferecendo tratamento e apoio a quem consome, através de serviços sociais, como o reforço da aplicação da lei, através da detenção e perseguição dos autores do tráfico.

"Não haverá vacas sagradas nos nossos esforços para lidar decisivamente com os que forem apanhados a traficar estas drogas no nosso país", realçou Bio, na declaração à nação.

O kush, uma combinação de várias substâncias químicas altamente viciantes, com efeitos semelhantes aos da cannabis, tem vindo a tornar-se popular entre os jovens da Serra Leoa há cerca de cinco anos, apesar de não ser barato em comparação com os rendimentos médios num dos países mais pobres do mundo.