Hospital de Praga pede desculpa por “trágico” erro de aborto

Hospital confundiu duas utentes, o que levou a que a gravidez de uma delas fosse interrompida por engano. Profissionais lamentam e alegam ter-se tratado de uma “falha humana”.

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Hospital suspendeu um dos funcionário e outro ficou sob supervisão de um especialista João Silva
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Um hospital de Praga pediu desculpas a uma utente a quem efectuou erradamente um aborto na semana passada, depois de confundida com uma outra utente. O pedido de desculpas foi divulgado na quinta-feira, 4 de Abril.

Uma das mulheres tinha ido ao hospital para uma consulta regular de acompanhamento da gravidez. A outra utente estava no hospital para uma curetagem, um procedimento de remoção de tecidos que é também um método de interrupção de gravidez. A situação acabou por ser confundida e o hospital lamenta o sucedido.

As duas utentes são de origem asiática e residentes permanentes na República Checa, noticiou a imprensa local. Os profissionais do hospital confundiram-nas e efectuaram o procedimento na mulher grávida, que assim perdeu o bebé.

“Infelizmente, tratou-se de um erro humano, de uma falha humana”, declarou à imprensa Jan Kvacek, director do hospital Bulovka, em Praga. O responsável sublinhou que o hospital “lamenta profundamente” o que descreveu como uma confusão “trágica” e indicou que a instituição ofereceu ajuda psicológica e jurídica à utente.

“Ela tem, sem qualquer dúvida, o direito a receber uma indemnização”, sustentou, acrescentando que a barreira linguística também desempenhou um papel no incidente. O director do departamento de Ginecologia e Obstetrícia do hospital, Michal Zikan, declarou que a utente tinha assinado um documento em checo que, no entanto, dizia respeito à outra mulher.

“Três dias antes, a utente foi informada em pormenor, na presença de um intérprete, daquilo a que iria ser submetida, que era apenas um controlo [da gravidez]”, disse Zikan à comunicação social.

Acrescentou ainda que os cirurgiões que efectuaram a curetagem não tinham “qualquer motivo para pensar que estavam a lidar com outra doente”. O hospital suspendeu um funcionário e ordenou que outro trabalhe sob a supervisão de um especialista.

Este caso assemelha-se ao de Thi-Nho Vo, uma mulher francesa de origem vietnamita que perdeu o bebé em 1991 na sequência de um erro semelhante, na cidade de Lyon. Thi-Nho Vo apresentou uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), alegando que o hospital tinha cometido um homicídio involuntário. No entanto, em 2003, o TEDH acabou por discordar da acusação.