CMVM levanta suspensão das acções da SAD do FC Porto

Regulador tinha suspendido acções após declarações de Pinto da Costa em entrevista à SIC.

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Regulador suspendeu acções da SAD do FC Porto na terça-feira Reuters/Rafael Marchante
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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou a suspensão aplicada na terça-feira às acções da SAD do FC Porto. Através de dois comunicados, os portistas divulgaram a "informação ao mercado" pedida pelo regulador, depois de informarem a CMVM sobre as operações financeiras actualmente em curso mencionadas por Pinto da Costa na entrevista à SIC de segunda-feira.

Na primeira informação aos mercados, os "dragões" confirmaram que estão actualmente a negociar "uma reformulação" da dívida de médio e longo prazo "num montante estimado de 250 milhões de euros", garantindo que esta operação tem "uma taxa de juro competitiva em termos de mercado".

Ainda neste primeiro comunicado, a SAD portista abordou a assinatura de um contrato com uma "reputada empresa internacional", negócio que passará pela injecção de capital num montante estimado "entre os 60 e os 70 milhões de euros". A parceria traduzir-se-á na participação minoritária desta entidade internacional numa das empresas com direitos comerciais do grupo FC Porto.

Já ao final do dia, foi publicado novo comunicado com mais informações ao mercado, nomeadamente a previsão de que este acordo com a empresa internacional se irá materializar ainda durante o mês de Abril, detalhando-se ainda que a posição minoritária na empresa do grupo FC Porto será até 30%. Sobre o novo financiamento, os portistas levantaram reserva sobre a partilha dos juros e outros detalhes ainda em negociação, uma vez que a operação ainda não está garantida.

Tal como o PÚBLICO noticiou esta terça-feira, a suspensão na compra e venda das acções surgiu após comentários feitos pelo presidente portista numa entrevista à SIC sobre operações financeiras no clube. Pinto da Costa está ainda a ser investigado pela CMVM, após ter comprado acções da SAD portista a menos de um mês da apresentação das contas do clube. O dirigente portista desvalorizou o caso e, com um toque de irona, afastou suspeitas sobre qualquer irregularidade.

"Acho um caso ridículo. Sou accionista do FC Porto desde o primeiro dia e tenho vindo a comprar, conforme as minhas disponibilidades, acções do FC Porto. Um dia antes de fazer um mês da Assembleia-Geral [de apresentação de contas], comprei duas ou três mil acções do FC Porto. Isso é um crime enorme".

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