Benfica-Sporting: as decisões vêm aos pares

O Estádio da Luz recebe nesta terça-feira o primeiro de dois confrontos entre “águias” e “leões” nos próximos cinco dias. Este será por um lugar na final da Taça de Portugal.

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João Neves e Nuno Santos no derby do campeonato LUSA/RODRIGO ANTUNES
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Um “derby” ou um “clássico” é sempre um momento especial da época, assinalado com grande destaque no calendário de qualquer adepto – geralmente, são dois por temporada e um em cada estação. Em 2023-24, Benfica e Sporting estão destinados a duplicarem esse número: já jogaram duas vezes e vão jogar mais duas, mas esse segundo par de "derbies" vai acontecer em menos de uma semana. Nesta terça-feira, a Luz recebe a primeira das decisões (20h45, RTP1), com a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal em que se irá decidir um dos finalistas com lugar no Jamor a 26 de Maio. No próximo sábado, será a vez de Alvalade juntar os dois rivais de Lisboa para clarificar (ou complicar) a corrida ao título – mas nunca será decisivo. No primeiro "derby" da semana, não há pontos e a decisão será irreversível.

Há pouco mais de um mês, no final de Fevereiro, o Sporting ganhou vantagem na luta por uma viagem ao Jamor, com um triunfo por 2-1, em Alvalade, num jogo em que foi melhor durante mais tempo, mas em que o Benfica conseguiu fazer controlo de danos. Com excepção do resultado, foi um filme bastante semelhante ao que tinha acontecido no primeiro embate para o campeonato, em que os “leões” entraram melhor, mas em que as “águias” tiveram melhor final – dois golos na compensação e vitória por 2-1. E também já tinha sido assim nos dois confrontos da época passada (dois empates) entre Roger Schmidt e Rúben Amorim: mais Sporting no início, mais Benfica no fim.

Como será nesta terça-feira? Impossível de prever. Mas o historial recente sugere que o Sporting se apresenta sempre melhor do ponto de vista estratégico, enquanto o Benfica será mais reactivo. Não será grande segredo que o plano táctico de Amorim passará pelo 3x4x3, mas o técnico “leonino” mantém o segredo sobre quem serão os seus intérpretes na Luz – jogadores diferentes dão dinâmicas diferentes, como costuma dizer. Tendo em conta as suas opções recentes e duas ausências de peso (Adán e Pedro Gonçalves), não haverá grande segredo sobre quem estará na baliza (Israel, que tem oscilado entre o bom e o péssimo), e talvez opte por uma solução mista nas alas (Matheus na esquerda, Geny na direita). Na frente, Paulinho, Gyökeres e Trincão têm funcionado bem.

Mas Amorim não quer dar nada ao adversário no que diz respeito ao “onze” que tem na cabeça para o “derby”. “Fizemos um ‘onze’ a pensar na forma como jogamos, no encaixe no adversário e em podermos tirar algumas referências. Entramos um bocadinho nesse jogo, mas não vou dizer quem vai jogar”, referiu o técnico sportinguista, que também não revela quem serão os dois do meio-campo: “O Dani [Bragança] elevou o seu jogo para um rendimento próximo ao do Morita e do Morten. Tendo pé esquerdo, dá mais opções. Entre os três, vão jogar dois.”

Já as opções de Roger Schmidt são mais difíceis de projectar. Com ponta-de-lança ou sem ponta-de-lança? Havendo um, qual deles? Quem vai para as alas? Qual será o núcleo do meio-campo? Ao contrário do que aconteceu na época passada, o técnico alemão tem sido bastante flexível no “onze” titular. Só na questão do ponta-de-lança, Schmidt testou quatro opções diferentes nos últimos dez jogos: Tengstedt e Marcos Leonardo foram titulares três vezes, Arthur Cabral esteve duas vezes no “onze” e em dois não houve ponta-de-lança (um deles foi a derrota em Alvalade na primeira mão das meias-finais).

Schmidt também não abriu o jogo sobre quem irá jogar na frente. “Não vou revelar o ‘onze’ inicial e muito menos sobre os pontas-de-lança. Temos várias opções, mas claro que precisamos de velocidade e criatividade, com um poder físico importante. Temos que demonstrar que temos opções variadas para atacar no último terço. Todos os pontas-de-lança têm o seu perfil, mas esperamos que todos consigam ter desempenhos parecidos do ponto de vista tático”, assinalou o técnico germânico.

Depois da taça, vem o embate para o campeonato, em que os “leões”, com um jogo a menos, têm um ponto de vantagem sobre as “águias”. Mas esse jogo, concordam os dois treinadores, terá o seu lugar no topo das prioridades. “É extremamente importante mantermos o foco em cada jogo, caso contrário será impossível jogar neste calendário tão apertado. O nosso foco está totalmente na Taça”, garantiu o alemão. Para Amorim, também será um jogo de cada vez: “Não vale a pena pensar no segundo quando o primeiro tem tanta importância. Sendo jogos tão seguidos, o dia a seguir é muito importante.”

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