Joaquim Rodrigues termina carreira e torna-se director desportivo da Hero

Piloto de Barcelos assumiu que tentou, sem êxito, ultrapassar no Dakar o trauma provocado pela morte de Paulo Gonçalves.

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Reuters/HAMAD I MOHAMMED
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O piloto português Joaquim Rodrigues Jr. pôs um ponto final na carreira de piloto de motociclismo, aos 42 anos, e vai assumir o papel de director desportivo da Hero Motosports nos ralis com efeitos imediatos.

"Estamos satisfeitos por anunciar que JRod [alcunha por que é conhecido o piloto de Barcelos] vai agora dar apoio como director desportivo, coordenando o treino dos pilotos e apoiando o desenvolvimento da mota através da sua vasta experiência", lê-se no comunicado da equipa.

Em declarações à agência Lusa, Joaquim Rodrigues Jr. explicou que as dúvidas começaram a surgir durante a prova de Abu Dhabi, a contar para o Campeonato do Mundo de ralis de todo-o-terreno, que acompanhou de fora devido a uma lesão sofrida no Dakar2024.

"As dúvidas começaram a surgir. Cheguei a Abu Dhabi e senti que não queria estar a arrancar. Quando sentimos que já não queremos estar ali, é hora de parar", frisou o piloto natural de Barcelos.

Após 35 anos de carreira, Joaquim Rodrigues lembrou que, desde o acidente mortal do cunhado, o piloto Paulo Gonçalves, na sétima etapa do rali Dakar de 2020, "as corridas nunca mais foram a mesma coisa".

"Voltei ao Dakar para enfrentar os meus traumas mas nunca foi a mesma coisa. Entretanto, houve lesões e chegámos à conclusão de que há mais coisas além disso", explicou.

O barcelense, de 42 anos, mostrou-se orgulhoso do trajecto da equipa e de uma mota que ajudou a desenvolver, desde o primeiro ano em que participou no Dakar, em 2017, tendo competido na maior maratona de todo-o-terreno consecutivamente até 2024.

Foi com a Hero, de resto, que conquistou a única vitória em etapas do Dakar, em 2022. O objectivo, agora, passa por "ajudar a equipa a lutar pela vitória", tendo assinado um contrato válido por um ano, com possibilidade de renovação.

Ao longo dos 35 anos de carreira, primeiro como piloto de motocrosse e supercrosse, Quim Rodrigues Jr. conquistou diversos títulos nacionais dessas modalidades antes de chegar ao Mundial, em que competiu como piloto oficial da Honda e, depois, da VOR. Seguiu-se uma aventura nos Estados Unidos, onde o ponto alto foi o terceiro lugar no supercrosse de Pontiac, em 2005, com a Honda.

De regresso a Portugal, competiu no Nacional de enduro, sagrando-se campeão, antes de se aventurar nos ralis.

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