Morreu Mário Pardo, o “Homem-Pássaro” português

O primeiro base jumper português, “referência maior” do pára-quedismo nacional, morreu aos 63 anos.

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Mário Pardo fotografado em 2007 Miguel Madeira
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Mário Pardo num salto de base jumping Enrique Diaz/Arquivo
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ILHAPRESS GREGORIO CUNHA
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Mário Pardo a saltar do Cabo Girão, na Madeira ILHAPRESS GREGORIO CUNHA/Arquivo
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O pára-quedista Mário Pardo, o primeiro base jumper português, morreu esta sexta-feira, aos 63 anos. Segundo a Rádio Renascença e o Correio da Manhã, o desportista estaria a batalhar contra uma infecção de dengue, contraída no Brasil.

A informação sobre a morte foi primeiro referida no grupo do Facebook "Boinas Verdes e Pára-quedistas". A publicação descreve Mário Pardo como "referência maior do pára-quedismo nacional e internacional, exímio praticante e instrutor de queda livre, de salto 'tandem' [com dois pára-quedistas acoplados] e igualmente uma verdadeira referência mundial de saltos de base jumping", em que foi pioneiro em Portugal. Foi campeão nacional de queda livre três vezes consecutivas e representou Portugal em várias provas internacionais da modalidade.

O "Homem-Pássaro", como acabou por ficar conhecido devido à atracção pelo ar, conta no currículo com milhares de saltos – em 2012, em entrevista ao PÚBLICO, já contava mais de cinco mil.

O primeiro salto de pára-quedas que realizou foi em 1981, quando cumpria serviço militar nos pára-quedistas. Nessa altura, ainda ia para o salto "cheio de medo", dizia em 2018 ao Diário de Notícias. Depois da tropa, onde foi o melhor instruendo da recruta, só voltou aos saltos em 1990, porque "os escudos não abundavam".

Do rol de saltos que realizou, destacam-se os de base jumping, uma modalidade arriscada em que os praticantes saltam de bases fixas em quatro categorias que formam a sigla do nome: prédios (buildings), antenas, pontes (spans) e da Terra (Earth).

Destacam-se alguns que foram notícia ao longo dos anos. Saltou (pelo menos) duas vezes da Ponte 25 de Abril, numa delas a partir de um camião TIR em andamento, a 20 quilómetros por hora. Saltou do topo da Torre de Belém ou da Torre da Galp, no Parque das Nações. Saltou de mota do cimo dos 580 metros de altura do cabo Girão, na Madeira.

Nem todas as aventuras corriam na perfeição. Certa vez, em 2004, foi detido e teve todo o seu material apreendido quando se lançou do alto do Hotel Alfa e quase aterrou em cima de um carro-patrulha. Nos Açores, em 2011, bateu de raspão numa montanha enquanto sobrevoava a ilha do Pico e fracturou uma costela – uma medalha pela ousadia.

Mário Pardo criou ainda uma escola de pára-quedismo, tinha formação em psicoterapia e procurou sempre ajudar os outros na procura pelo seu potencial. Ao longo dos anos, usava várias vezes uma máxima, tanto para o pára-quedismo como para a vida: "O céu não é o limite, é o ponto de partida."

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