Líder da CGTP quer mais contestação no novo quadro político

O novo secretário-geral da maior central sindical teme pela “degradação completa das condições de vida e trabalho” e apela à mobilização dos trabalhadores no 25 de Abril e no 1.º de Maio.

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Secertário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, diz que o novo ciclo político vai fazer aumentar a contestação Rui Gaudencio
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Tiago Oliveira, o novo secretário-geral da CGTP-IN, vaticina um aumento da contestação no novo quadro político saído nas eleições legislativas de 10 de Março e deixa um "forte" apelo aos trabalhadores para que nas “grandes jornadas de luta” do 25 de Abril e do 1.º de Maio saiam à rua “denunciar os problemas que sentem e lutar por uma vida melhor.”

Duas semanas depois de a Aliança Democrática ter vencido as eleições, Tiago Oliveira dá uma entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1 em que considera inevitável um aumento da contestação.

“Não vemos que deste governo venham soluções para o país. Não há governo de direita – e o passado mostra isso – que garanta melhor futuro para o nosso povo”, afirma o líder da CGTP-IN, eleito há um mês, acrescentando que o futuro governo da Aliança Democrática “irá ter uma posição e uma tentativa de criar na sociedade [a expectativa] de que está neste momento com políticas progressistas, o que não é verdade”.

Em seu entender, o receio de instabilidade pode forçar a Aliança Democrática a aprovar medidas mais populares, mas os programas eleitorais e a nova relação de forças no Parlamento vão levar a “uma degradação completa das condições de vida e de trabalho”, pelo que deixa desde já uma garantia: "Não há dúvidas, tem que aumentar a contestação."

O sindicalista da CGTP-IN apela à mobilização dos trabalhadores, nomeadamente neste 25 de Abril em que o país comemora os 50 anos da Revolução, por considerar que “as conquistas e os valores que Abril nos trouxe estão colocados em causa”. “Os trabalhadores mais do que nunca têm de vir para a rua, afirmarem-se e denunciar os problemas que sentem e trazer os problemas das suas empresas para a rua por uma vida melhor”, declarou Tiago Oliveira.

Depois de esta sexta-feira os estafetas das plataformas digitais como Uber Eats, Glovo e Bolt Food terem feito greve por melhores rendimentos e condições de trabalho, está na calha uma paralisação dos professores de informática para o dia 8 de Abril e caso a próxima equipa do Ministério da Educação não resolva o problema, a greve poderá prolongar-se até ao final do ano lectivo, segundo afirma o pré-aviso.

De acordo com o pré-aviso, os professores de informática vão fazer greve às tarefas de apoio ou manutenção dos equipamentos tecnológicos e aos suportes técnicos às provas digitais.

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