Santos Silva despede-se de Marcelo sem conselhos ao sucessor nem referências ao Chega

Presidente da Assembleia da República pediu audiência de despedida a Belém. Não fala sobre o seu futuro político nem sobre a nova configuração do Parlamento.

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As duas mais altas figuras do Estado reuniram-se durante meia hora. LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Foi meia hora para uma audiência de "despedida institucional" dos titulares dos dois mais altos cargos do Estado, aquela que aconteceu esta tarde de sexta-feira no Palácio de Belém entre Marcelo Rebelo de Sousa e Augusto Santos Silva. A "audiência de despedida" foi pedida pelo presidente da Assembleia da República.

"Despedida do ponto de vista institucional, visto que terminarei agora o meu mandato, e também do ponto de vista pessoal, visto que, quer como ministro, primeiro, e agora como presidente da Assembleia da República, colaborei sempre, no âmbito das minhas competências, com o senhor Presidente da República e dele recebi sempre provas de simpatia, amabilidade e muito boa cooperação", descreveu Santos Silva aos jornalistas à saída do encontro.

Sobre este período de transição política, o ainda presidente da Assembleia da República acredita que esta vai "cumprir a sua missão institucional e as suas competências, quer do ponto de vista legislativo, quer do ponto de vista da fiscalização do Governo e da administração, quer do ponto de vista de ser o centro do debate político e democrático em Portugal. Não tenho a mínima dúvida sobre isso".

Questionado sobre se partilharam preocupações acerca do crescimento da extrema-direita, Augusto Santos Silva disse que não, e, sobre se gostaria de ser presidente deste novo Parlamento, respondeu com a sua derrota eleitoral. "Eu concorri às eleições pelo círculo eleitoral por que tinha sido eleito em 2019 e 2022. Desta vez, os eleitores não me confiaram o mandato; eu respeito." Santos Silva era o cabeça de lista pelo círculo Fora da Europa, mas o PS acabou por ficar em terceiro lugar, ao ser ultrapassado pelo Chega.

Não quis deixar conselhos ao seu sucessor, nem responder se o seu futuro político pode passar pelo Palácio de Belém. Preferiu um futuro mais próximo: termina funções na segunda-feira e no dia seguinte retoma funções como professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, disse, encaminhando-se para as escadas de saída.

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