BE, PCP, Livre e PAN foram à greve dos jornalistas e pediram a sua “valorização”
BE e PAN querem que haja mais “transparência” relativamente aos detentores dos órgãos de comunicação social e o PCP defende uma menor “concentração monopolista dos media”.
O Bloco de Esquerda, o PCP, o Livre e o PAN marcaram presença esta quinta-feira na concentração dos jornalistas, que estiveram em greve ao fim de 40 anos, defendendo de forma uníssona que se valorizem os profissionais. Também os líderes do PSD e PS se solidarizaram com a classe, embora não tenham comparecido na manifestação.
Os primeiros a pronunciarem-se foram os bloquistas, que defenderam que "a precariedade, os baixos salários e o excesso de horas de trabalho" dos jornalistas "são indignos" e "colocam em causa a qualidade e a liberdade do jornalismo e o direito à informação". "Num momento de ameaça às liberdades democráticas, ao jornalismo livre e à informação, esta é uma luta de defesa da democracia", escreveram nas redes sociais.
Depois de, durante a campanha eleitoral, Mariana Mortágua se ter comprometido a levar o tema à Assembleia da República na próxima legislatura, o partido aproveitou para lembrar as suas propostas na área do jornalismo, como "melhores salários e condições de trabalho e cumprimento do contrato colectivo no sector"; um "imposto sobre os gigantes digitais para financiar os apoios ao jornalismo"; ou "garantir a transparência da cadeia de titularidade e a avaliação da idoneidade dos accionistas e administradores".
O Bloco está solidário com a greve dos e das jornalistas.
— Bloco de Esquerda (@BlocoDeEsquerda) March 14, 2024
A precariedade, os baixos salários e o excesso de horas de trabalho são indignos para quem trabalha e colocam em causa a qualidade e a liberdade do jornalismo e o direito à informação. pic.twitter.com/M4QPmguBUE
Já o PCP optou por não se pronunciar após a audiência com o Presidente da República, em que era esperado que Paulo Raimundo fizesse declarações aos jornalistas, num gesto de solidariedade com a greve geral. E publicou também um comunicado online em que se mostrou "solidário" com os jornalistas e defendeu que "não há um jornalismo forte" com "instabilidade, precariedade, baixos salários e escassez de trabalhadores".
"Se os trabalhadores são desvalorizados", "é a liberdade de imprensa que está colocada em causa, é o regime democrático que sai empobrecido", afirmam os comunistas, que pedem a "valorização dos salários" e "carreiras" e "um vínculo efectivo". Isto, além do combate à "concentração monopolista dos media", que acusam de colocar "em causa" a "pluralidade e independência" dos meios de comunicação social.
Os jornalistas realizam hoje um importante dia de greve exigindo aumentos de salários que reponham o poder de compra, o fim da precariedade e condições para o exercício da profissão. O PCP está solidário com a sua luta.
— PCP (@pcp_pt) March 14, 2024
Com a instabilidade, com precariedade, com baixos salários,… pic.twitter.com/nFew25iNSE
Do lado do Livre, Rui Tavares mostrou igualmente "solidariedade com os jornalistas em greve". "A luta pela valorização do jornalismo e respeito às condições dignas de trabalho é uma causa que deve unir a todas e todos nós em democracia", afirmou o co-porta-voz do partido no X.
A minha solidariedade com os jornalistas em greve, após quatro décadas desde 1982. A luta pela valorização do jornalismo e respeito às condições dignas de trabalho é uma causa que deve unir a todas e todos nós em democracia. https://t.co/uo3PR209aW
— rui tavares (@ruitavares) March 14, 2024
A partir da concentração dos jornalistas, Inês Sousa Real partilhou uma publicação nas redes sociais em que disse estar "ao lado do jornalismo e de todos os profissionais" em greve. "Precisamos de uma imprensa livre e robustecida, onde se valorize os profissionais e combata a precariedade e onde haja transparência no que respeita aos fundos que detêm os diferentes meios", sustentou a porta-voz do PAN.
Estamos ao lado do jornalismo e de todas os profissionais que estão hoje em greve. Precisamos de uma imprensa livre e robustecida, onde se valorize os profissionais e combata a precariedade e onde haja transparência no que respeita aos fundos que detêm os diferentes meios. pic.twitter.com/WsubeHQHu8
— Inês Sousa Real (@InesSousaReal) March 14, 2024
PSD e PS pedem mais liberdade e independência
Sem comparecerem no protesto, os líderes do PSD e do PS também utilizaram as redes sociais para apoiarem os jornalistas. Luís Montenegro considerou que "o jornalismo é vital para a democracia", argumentando que "os jornais, televisões e rádios" só podem ser "fortes, livres e independentes" se os jornalistas o forem.
Hoje, a notícia é a ausência de notícias. O Jornalismo é vital para a democracia: só há jornais, televisões e rádios fortes, livres e independentes com jornalistas fortes, livres e independentes.
— Luís Montenegro (@LMontenegroPSD) March 14, 2024
E Pedro Nuno Santos defendeu que é necessária uma "uma comunicação social livre e independente de todos os poderes". Mas apontou ainda que os profissionais têm de ser "respeitados e valorizados". Para o líder do PS, esse é "um dos pilares de uma democracia forte e uma das condições para termos cidadãos informados".
O jornalismo está hoje em greve. Uma comunicação social livre e independente de todos os poderes, com profissionais respeitados e valorizados, é um dos pilares de uma democracia forte e uma das condições para termos cidadãos informados.
— Pedro Nuno Santos (@PNSpedronuno) March 14, 2024