Ucrânia diz que presidenciais russas nos territórios ocupados são nulas

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano apela aos parceiros internacionais para que não reconheçam os resultados.

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Votação em Donetsk EPA/STRINGER
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A realização de eleições russas nos territórios ocupados da Ucrânia é "ilegal e vazia", denunciou esta quinta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, apelando aos parceiros internacionais para que não reconheçam os resultados.

O Presidente russo Vladimir Putin deverá ser eleito para um novo mandato de seis anos nas eleições deste fim-de-semana. Em caso de vitória, ficará no cargo até 2030, ano em que completará 30 anos no poder, ultrapassando Estaline.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia diz que a campanha a decorrer em Donetsk, Lugansk, Zaporijjia e Kherson, todas parcialmente controladas pela Rússia, bem como a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, é uma nova demonstração do "continuado e flagrante desrespeito pelas leis, normas e princípios internacionais".

"Forçar milhões de cidadãos ucranianos que vivem em territórios temporariamente ocupados ou que foram transferidos à força para território da Federação russa a participar nestas ditas 'eleições' é igualmente ilegal", conclui o comunicado, que apela aos ucranianos para não participarem na votação.

Também o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, salientou que qualquer tentativa de organizar eleições russas em regiões ocupadas seria ilegal. Em conferência de imprensa, Soltenberg assumiu ainda que há uma necessidade urgente de que países aliados apressem a entrega de armas e munições à Ucrânia. "É uma questão de vontade política."

​Grupos armados anti-Putin voltam a fazem incursões na Rússia

Soldados russos anti-Putin dizem ter feito novas incursões no Sul da Rússia esta quinta-feira. Os grupos armados, sediados na Ucrânia e apoiados pelo exército ucraniano, terão feito vários raides com o objectivo de perturbar as eleições russas. As autoridades russas, citadas pelo jornal Guardian, dizem ter repelido ataques na região de Kursk.

Dois dos grupos paramilitares que têm reivindicado estas acções a Legião Liberdade da Rússia e o Corpo Voluntário Russo​ – são compostos por elementos de correntes variadas, desde nacionalistas da extrema-direita a anarquistas, enquanto o batalhão Siberiano é composto sobretudo por soldados das minorias étnicas daquela região, explica o jornal.