Morreram dois cães durante corrida de trenós no Alasca. Peta pede fim da competição

Os animais desmaiaram depois de terem sido examinados por veterinários e as causas da morte estão ainda por apurar. Peta diz que já morreram mais de 150 cães ao longo de 52 anos de competição.

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Viajar num trenó puxado por cães entre as cidades de Anchorage e Nome, no Alasca, é uma competição que se realiza há 52 anos — e, segundo a Peta, já provocou a morte de mais de 150 cães.

Este ano morreram mais dois. A organização pede, por isso, o fim do evento anual que, defende, “obriga os cães a correr para a morte”, uma acção repreensível de crueldade contra animais, destacou ao The Washington Post a vice-presidente executiva da Peta, Tracy Reiman.

As últimas mortes aconteceram a 10 de Março e perto dos postos de controlo da Iditarod Trail Sled Dog Race, locais de paragem obrigatória onde os animais são examinados pelos veterinários para determinar se estão aptos para continuarem a corrida.

Bog, um cão de dois anos, e George, de cinco, desmaiaram a quilómetros destes postos e foram assistidos por veterinários que os tentaram reanimar sem sucesso. No caso de Bog, há um vídeo da Peta que mostra o dono, Issac Teaford, a tentar manter o animal de pé depois de este apresentar sinais de cansaço.

Tanto Issac como Hunter Keefe, o tutor de George, desistiram da corrida.

Por enquanto, as causas da morte não são conhecidas, mas vão ser realizados exames aos cães para descobrir. Segundo o mesmo jornal, as regras da corrida de Iditarod ditam que estes casos devem ser “tratados com prioridade” e averiguados 30 dias após o final da corrida por três investigadores externos à competição, o responsável pelo evento, o veterinário chefe e demais especialistas que sejam, entretanto, convocados.

Durante a corrida, os cães e os donos, que neste caso são chamados de mushers, enfrentam neve, vento forte e temperaturas abaixo dos zero graus, sendo que os termómetros podem chegar aos -73 ºC.

A par disto, escreve o diário norte-americano, se os exames veterinários revelarem que os cães morreram por stress térmico, hipertermia, hipotermia, negligência do dono ou “tratamento cruel, desumano e/ou abusivo” os participantes são desqualificados. Também é motivo de desqualificação se o animal tiver sido considerado inapto pelos veterinários para continuar a corrida, mas o dono o tiver mantido no trenó.

Prémio de 500 mil euros

Em 2019, a cadela Oshi, na altura com cinco anos, morreu dois dias depois de chegar à meta. Os exames realizados ao animal revelaram sinais de pneumonia.

Este ano, escreve a Reuters, o vencedor da competição foi o musher Dallas Seavey que terminou a corrida em nove dias, duas horas, 16 minutos e oito segundos. Com a vitória vai receber quase 500 mil euros (457 mil euros).

Na semana passada, a Peta já havia pedido a desqualificação de Dallas Seavey por, alegadamente, ter demorado muito tempo a salvar um dos cães da matilha que foi ferido por um alce no início da corrida. Durante a competição, um grupo de manifestantes juntou-se para apelar à extinção da corrida.

A par disto, lê-se no site da associação, os exames realizados aos cães do musher durante a corrida de Iditarod de 2023 revelaram que os animais foram dopados e o canil que gere acusado de matar os que não foram escolhidos para competir. Em Novembro deste ano, acrescenta a Peta, um acidente com uma máquina de neve durante os treinos provocou a morte de dois dos cães deste participante.

A corrida terminou esta terça-feira, 12 de Março, na cidade de Nome. No total, os participantes percorreram 1600 quilómetros.

Além do Alasca, as corridas com trenós puxados por cães também são um evento anual nas cidades russas de Chukotka e Kamchatka. Na Europa, mushers e cães competiam na corrida de Alpirod, que passava por Itália, Alemanha, Áustria e França durante 14 dias, e foi extinta no final dos anos 1990.

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