Gato cai numa cuba de produtos tóxicos e foge. A cidade está em alerta

As autoridades de Fukuyama estão a pedir aos habitantes para não tocarem em gatos que apresentem anomalias. O animal saiu da fábrica coberto de um líquido que provoca problemas de saúde e até a morte.

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As autoridades de Fukuyama estão a pedir aos habitantes para não tocarem em gatos que apresentem anomalias.
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Fukuyama emite alerta de saúde pública DR
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Um gato saiu a correr, durante a noite de domingo, 10 de Março, de uma fábrica de revestimentos metálicos em Fukuyama, no Sudoeste do Japão — uma situação normal, mas que pouco depois motivou um alerta de saúde pública em toda a cidade.

Horas depois de as imagens de vigilância terem captado o felino a sair da fábrica Nomura Plating, um dos funcionários descobriu um rasto de pegadas de patas castanhas que se afastavam de um contentor de um produto químico tóxico e potencialmente mortal, adiantam os meios de comunicação locais.

Segundo a imprensa japonesa, as autoridades da cidade de Fukuyama, que fica na província de Hiroxima, acreditam que o gato caiu no tanque antes de fugir da fábrica. A empresa alertou as autoridades locais depois de ter visto as imagens do animal a sair.

De acordo com o jornal japonês Asahi Shimbun, o contentor de 3,5 metros de altura continha crómio hexavalente, substância que a fábrica usa para revestir metais. Este produto tóxico, também conhecido como crómio 6, pode causar erupções cutâneas e irritação ou danos nos olhos e na pele, bem como cancro do pulmão, se for inalado.

É também o produto químico responsável por um incidente de contaminação de águas subterrâneas numa pequena cidade da Califórnia no filme Erin Brockovich, protagonizado por Julia Roberts e baseado numa história verídica.

De acordo com o mesmo jornal, os funcionários da fábrica têm de usar máscaras e luvas de borracha quando trabalham com aquela substância, cuja ingestão pode provocar dores abdominais, diarreia e insuficiência cardíaca, problemas no intestino, fígado e rins, e até mesmo a morte. Não se sabe se o gato ingeriu o produto químico.

O Washington Post não conseguiu contactar a fábrica Nomura Mekki Fukuyama nem os funcionários da cidade de Fukuyama.

O paradeiro e o destino do felino permanecem desconhecidos. A equipa ambiental da cidade diz que o animal pode estar morto, mas pediu que “qualquer avistamento de um gato com anomalias” fosse comunicado aos funcionários da cidade ou à polícia, e pediu para que ninguém tocasse no animal, escreveu o Asahi Shimbun.

Segundo o canal de televisão Nippon TV News, as autoridades japonesas também aconselharam as escolas primárias de Fukuyama a avisarem os alunos para não se aproximarem de gatos que parecessem doentes.

Os utilizadores das redes sociais do Japão — uma nação de amantes de gatos, com vários cafés para felinos e estatuetas destes animais que acreditam dar sorte — foram rápidos a simpatizar com o felino e culparam a empresa pelo incidente.

“Não consigo perceber por que é que o gato está a ser considerado um verme, um animal selvagem, o mau da fita”, escreveu um utilizador das redes sociais que culpou antes a fábrica.

“O gato que caiu no tanque de produtos químicos deve estar desconfortável e com muitas dores neste momento. [Está] coberto de um líquido pegajoso, deve estar a tentar limpar-se lambendo a substância tóxica e a ficar cada vez mais doente”, lê-se noutro comentário.


Exclusivo PÚBLICO/ The Washington Post

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