Biden e Trump garantem nomeação como candidatos à Casa Branca

Os dois candidatos somaram o número de delegados necessário para impedirem qualquer surpresa de última hora nas eleições primárias dos seus partidos.

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As nomeações vão ser confirmadas nas convenções nacionais dos dois partidos, no Verão Reuters/REUTERS PHOTOGRAPHER
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Dois meses depois do início das eleições primárias nos Estados Unidos, e numa altura em que os eleitores de 23 dos 50 estados norte-americanos ainda não foram às urnas, Joe Biden e Donald Trump conquistaram o número mínimo de delegados que lhes permite serem considerados os presumíveis candidatos dos seus partidos à próxima eleição presidencial.

Com as vitórias registadas na última madrugada, Biden e Trump já não podem ser ultrapassados por nenhum dos seus adversários nas eleições primárias do Partido Democrata e do Partido Republicano.

A partir de agora, os dois candidatos vão apenas cumprir calendário até à realização das convenções nacionais dos seus partidos, no Verão.

Nessa altura, os delegados que ambos foram conquistando — e que vão continuar a conquistar — ao longo das primárias, vão ser chamados a nomear um candidato à Casa Branca, sendo certo que a esmagadora maioria irá confirmar as escolhas que foram feitas pelos eleitores.

No caso do Partido Republicano, um candidato precisaria, à partida, de conquistar pelo menos 1215 delegados, de um total de 2429, para começar a ser tratado como o vencedor antecipado das eleições primárias.

Sem surpresas, Trump venceu as quatro votações realizadas na terça-feira (Georgia, Mississíppi, Washington e Havai) e somou 1241 delegados, ultrapassando a fasquia mínima.

Do lado do Partido Democrata, Biden dominou as votações na Georgia, Mississíppi, Washington e no círculo eleitoral do estrangeiro, e somou 2107 delegados — mais do que os 1968 exigidos para a nomeação.

Sem surpresas

A confirmação do favoritismo de Biden e de Trump não constitui uma surpresa, principalmente no caso da corrida no Partido Democrata.

Como é habitual nas eleições presidenciais nos EUA, um Presidente em exercício de funções que se candidata a um segundo mandato raramente tem oposição no seu partido; os dois principais adversários de Biden nas primárias deste ano — o congressista democrata Dean Phillips e a escritora e líder espiritual Marianne Williamson — já desistiram da corrida e não chegaram a conquistar qualquer delegado.

Desde o início das eleições primárias do Partido Democrata, na Carolina do Sul, a 3 de Fevereiro, Biden só não conseguiu ganhar 23 delegados — 20 foram atribuídos aos eleitores do Michigan, do Minnesota e do Havai que fizeram questão de não votar no Presidente dos EUA, mas sim numa campanha de protesto contra o apoio da Administração Biden a Israel; e três foram conquistados pelo candidato na eleição primária da Samoa Americana, Jason Palmer, um desconhecido empresário do Maryland.

O cenário de domínio de um candidato não foi muito diferente nas eleições primárias do Partido Republicano, com Trump a partir como o claro favorito. Ainda assim, o ex-presidente dos EUA chegou a ter a nomeação em dúvida meses antes do arranque das votações, quando o governador da Florida, Ron DeSantis, começou a subir nas sondagens.

Com o passar do tempo, tanto DeSantis — próximo do eleitorado de Trump, mas visto como um candidato mais disciplinado e cumpridor das normas institucionais do que o ex-presidente dos EUA —, como a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley — que uniu o eleitorado republicano anti-Trump — perceberam que não seriam capazes de provocar uma surpresa nas eleições primárias e abandonaram a corrida.

A próxima eleição presidencial nos EUA vai realizar-se a 5 de Novembro.

Além dos candidatos dos dois principais partidos — Biden, do Partido Democrata, e Trump, do Partido Republicano —, é possível que pelo menos outros quatro candidatos com alguma notoriedade tenham condições para surgirem nos boletins de voto em alguns estados norte-americanos: Jill Stein (Partido Verde), Cornel West (Partido Justiça para Todos, criado em Janeiro), Robert F. Kennedy (independente) e o candidato do Partido Libertário, que será seleccionado em Maio.

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