Ílhavo volta a celebrar o seu pão e as suas (já poucas) padeiras

Para valorizar as padas e os folares cozidos em forno a lenha, o município promove, no fim-de-semana, mais uma edição da Festa do Pão de Vale de Ílhavo.

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No espaço de um ano, já há menos duas padeiras em actividade dr
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A Festa do Pão de Vale de Ílhavo quer salvaguardar este saber fazer dr
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Xavier Lopes, de 11 anos, confessa adorar o pão de Vale de Ílhavo. Pelo “sabor”, mas também pela “consistência”, contava à Fugas, já depois de ter amassado, com as suas próprias mãos, um quilo de farinha de trigo. “É difícil. Agarra-se muito às mãos”, avaliava a propósito da experiência que tinha acabado de viver no âmbito da actividade “Porta Aberta”. Uma espécie de prelúdio da Festa do Pão de Vale de Ílhavo - marcada para o próximo fim-de-semana – e que teve lotação esgotada. Não obstante a chuva e a transmissão da final do Festival da Canção disputada por um grupo da terra, no último sábado, a sede da Associação Cultural e Recreativa “Os Baldas” encheu-se de gente disposta a meter as mãos na massa e a aprender como se fazem as padas e os folares tradicionais de Vale de Ílhavo.

“É o pontapé de saída para a Festa do Pão”, anunciava João Campolargo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, antes mesmo de os participantes pegarem nas taças com farinha e água que estavam dispostas ao longo das mesas. Começaram por amassar, ouviram histórias contadas pela Arte Riso enquanto a massa levedava, aprenderam como é que se tende e dá forma à massa antes de ela ir para o forno, com direito a saborear, no final, o pão acabado de cozer.

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Convite: metam as mãos na massa dr

A ideia desta actividade passa por valorizar, cada vez mais, este saber fazer das padeiras de Vale de Ílhavo que, segundo reconhece o próprio presidente da autarquia, já vão sendo cada vez menos. “Da edição do ano passado [da Festa do Pão] para esta, já temos menos duas padeiras em actividade”, contabilizou João Campolargo, assegurando que a autarquia está a desenvolver todos os esforços para inverter este cenário. Um dos projectos que está em cima da mesa passa pela certificação deste produto tradicional.

No próximo sábado e domingo – a festa arranca já na sexta, mas apenas para as escolas e seniores do município -, a festa faz-se com cinco padeiras que estarão, na tenda instalada no Jardim Henriqueta Maia, em Ílhavo, a vender pão até ao stock existente. Aqueles que já não chegarem a tempo, podem contar com o pão com chouriço e o pão de bacalhau que irá estar a ser confeccionado pelas duas associações de Vale de Ílhavo, “Os Baldas” e “Os Cardadores”. As moagens tradicionais daquela localidade também marcarão presença no certame.

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As padeiras têm muito a ensinar dr

Animação para todas as idades

A abertura oficial da festa acontece no sábado, às 14h30, ao som da banda de percussão de Vale de Ílhavo “Toca a Baldar”. A animação programada para o Jardim Henriqueta Maia contempla, na tarde de sábado, artes circenses e magia, sempre com muita interacção com o público, e dois ateliês: “Mete a mão na massa”, pela associação “Os Baldas”, e “Criar com palha de milho”, com Isabel Amarante. À noite, a tenda volta a abrir para mais música e cerveja, com o DJ set de Charles Lazer.

No domingo, o programa arranca com uma visita interpretativa a Vale de Ílhavo, às 10h30, orientada por João Torrão, professor catedrático em Línguas e estudos clássicos, que leva os participantes a conhecer o património material e imaterial deste lugar, que preserva a tradição não só do pão artesanal, mas também das moagens e dos míticos Cardadores.

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Adriano Miranda
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Adriano Miranda

À tarde, o Jardim Henriqueta Maia continua animado, com as performances dos Animadixie, um quarteto de jazz dixieland, e dos Cardadores. Além disso, realiza-se mais uma sessão de “Mete a mão na massa” e o ateliê “Pás e Padas”, com Jorge Cardoso.

A Festa do Pão de Vale de Ílhavo encerra com a actuação do Grupo de Danças e Cantares da Gafanha do Carmo, às 18h.

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