Cláudia Azevedo: “Não há razão para os partidos não se entenderem”

Presidente do grupo Sonae diz que eleições foram “grito de mudança”, pede “estabilidade” seja qual for a solução governativa e o fim da “politiquice”. “Preocupa-me a falta de políticas de futuro”.

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Cláudia Azevedo, presidente do grupo Sonae: "as pessoas sentem que as políticas não tratam da sua vida" Anna Costa
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Cláudia Azevedo, presidente do grupo Sonae: "as pessoas sentem que as políticas não tratam da sua vida" Anna Costa
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O resultado das últimas eleições legislativas traduz um "grito de mudança grande", na opinião da presidente executiva do grupo Sonae (dono do PÚBLICO). "Seja qual for a solução governativa é preciso que haja estabilidade e que os partidos percebam que as pessoas votaram porque sentem que as políticas não tratam da sua vida", disse a empresária, nesta quarta-feira de manhã, à margem da apresentação dos resultados do grupo, numa conferência de imprensa, realizada na sede, na Maia.

"Não há razão alguma para os partidos não se entenderem em causas fundamentais. Ninguém gosta de uma justiça lenta. Nem os professores nem os pais gostam que a escola pública esteja neste estado, a mesma coisa na saúde. Porque é que não nos podemos entender todos?"

Recusando entrar no comentário político, Cláudia Azevedo não evitou ainda assim as questões sobre o cenário pós-eleições, que ditou a vitória da Aliança Democrática (PSD-CDS-PPM) sobre o PS (ainda que falte apurar os votos da emigração nesta altura, a que correspondem quatro lugares no parlamento). Mas as respostas que deu foram sempre numa perspectiva geral.

"Sempre dissemos que em Portugal a carga fiscal sobre as pessoas e as empresas é excessiva. O imposto sobre os lucros extraordinários ainda faz menos sentido e rejeitamos essa ideia. Taxar o desenvolvimento não faz sentido (...). No domingo, as pessoas votaram a dizer isso. Disseram: 'por favor, estamos fartos de politiquices, queremos políticos orientados para o futuro e não fazer oposição pela oposição mas fazer uma política construtiva."

"Preocupa-me que Portugal passe a vida em eleições e depois as coisas não são decididas. Mas preocupa-me mais a falta de políticas de futuro. O meu apelo é para que se entendam e nós faremos a nossa parte."

O lucro da Sonae subiu 6,4% em 2023, para 354 milhões de euros, de acordo com os resultados divulgados pelo grupo.

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