Miguel Castro Caldas põe-nos a duvidar daquilo que vemos

A partir de Cervantes, o autor e encenador cria uma situação em que o teatro é um ampliado lugar de sugestão. Retábulo estará no São Luiz, em Lisboa, desta quarta-feira a 24 de Março.

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Retábulo, texto e encenação de Miguel Castro Caldas no Teatro São Luiz, em Lisboa estelle valente / Teatro São Luiz
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O teatro como lugar de sugestão em Retábulo estelle valente / Teatro São Luiz
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No entremez O Retábulo das Maravilhas, Miguel de Cervantes punha Chanfalha e Chirinos, marido e mulher, a chegarem a uma pequena aldeia espanhola com o seu espectáculo que tinha lugar num retábulo. Chanfalha e Chirinos ganhavam a vida a enganar os habitantes das terras por onde passavam, explorando a vaidade e a ingenuidade dos habitantes: só aqueles que levassem uma vida impoluta e virtuosa conseguiriam ver aquilo que era representado. Como ninguém queria dar parte de fraco e sofrer uma humilhação social, e todos assumiam que os restantes viam alguma coisa no nada que de facto o casal de saltimbancos mostrava, as bocas fechavam-se e não admitiam que, aos seus olhos, não havia mais do que um retábulo.

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