Normalmente, as avestruzes são aves territoriais e agressivas e devem ser abordadas com precaução, mas numa quinta de protecção de animais na Bélgica são criadas à mão e são tão gentis que pedem festas aos visitantes.
Na quinta Passiehoeve, no município de Kalmthout, na Antuérpia, as pessoas podem sentar-se num cobertor num recinto onde algumas avestruzes se aproximam, sentam-se e descansam os seus longos pescoços nos ombros dos humanos.
"Este é o único lugar no mundo onde as avestruzes abraçam as pessoas", afirmou Wendy Adriaens, 41 anos, uma ex-executiva de uma empresa que fundou a quinta depois de salvar uma ninhada de crias de avestruz de uma exploração de carne.
A quinta tem agora nove destas aves, um cavalo, um pónei, um burro, porcos, cães, galinhas, patos e 14 cabras. A maioria vem de abrigos ou é trazida pelos serviços de resgate de animais.
Todos os anos, as autoridades belgas retiram cerca de sete mil animais aos donos por negligência e a quinta de Wendy faz parte de uma rede que os recebe.
As espécies são também utilizadas como animais de terapia para pessoas com autismo, depressão, ansiedade ou problemas com consumo de droga. A Bélgica e os Países Baixos, que são nações vizinhas, têm centenas de "quintas de assistência" para onde as autoridades judiciais e médicas enviam pessoas para estadias de curta ou longa duração.
"Os cavalos também são utilizados como animais de terapia, mas as nossas avestruzes são mais sensíveis. Elas relacionam-se com os visitantes, sentem tudo e, se tivermos pensamentos negativos, afastam-se", revelou a dona da quinta.
Segundo Wendy, estas aves, que podem pesar até 175 quilos, sentem-se à vontade com humanos e são até afectuosas se forem tratadas com gentileza.
Nesta quinta, as sessões individuais de abraços com as avestruzes, que normalmente duram uma hora ou até as aves se afastarem, custam 65 euros.