1,1 milhões de fascistas começam a ser fascistas a mais
Quando o mapa dos votos no Chega se aproxima assustadoramente do mapa da pobreza e da frustração, devemos continuar a ignorá-lo?
Permita, caro leitor, um modesto conselho deste colunista alentejano, nascido há 50 anos em Portalegre, distrito onde a AD elegeu neste domingo zero deputados e o Chega se tornou – como em todo o Alentejo, aliás – a segunda força mais votada: sempre que for assaltado pela tentação de pensar que os votantes no Chega não têm nada na cabeça, ou que estão muito distraídos, ou – versão benigna e paternalista – a ser manipulados por André Ventura, por favor, reavalie os seus preconceitos, pense outra vez, e perceba o verdadeiro significado do voto anti-sistema. Não, não é um voto desperdiçado. Não, não é um voto inútil. É um voto que assinala em letras gigantes que PS e PSD são partidos tão envelhecidos quanto o Alentejo, e que ao fim de 50 anos de democracia muita gente perdeu a esperança que mudem.
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