Mango duplica lucros em 2023 e almeja os quatro mil milhões de vendas em 2026

A empresa têxtil espanhola anunciou um novo plano estratégico para os próximos anos, que inclui a abertura de mais 500 lojas. Em Portugal, têm 51 pontos de venda e 500 trabalhadores.

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A Mango divulgou os resultados nesta segunda-feira Reuters/Albert Gea

A Mango acaba de anunciar que registou um lucro líquido de 172,1 milhões de euros, em 2023, mais do que duplicando os 81 milhões de euros de 2022. No ano em que celebra 40 anos desde a fundação, a gigante têxtil espanhola também anunciou um novo plano até 2026, com o objectivo de conquistar vendas no valor de quatro mil milhões nesse ano, e que inclui a abertura de mais 500 lojas.

Durante 2023, a empresa de Barcelona já conseguiu “superar pela primeira vez os 3000 milhões de euros de facturação”, avançam em comunicado, no início desta semana. Trata-se de um aumento de 15% em relação a 2022. “Num ambiente muito competitivo, a Mango, conseguiu aumentar significativamente as suas vendas, alcançando os melhores resultados da história da empresa”, celebrou o director-geral, Toni Ruiz, em conferência de imprensa.

Este aumento da facturação traduziu-se na melhoria de rentabilidade, que duplicou os lucros líquidos. “Por seu lado, o resultado bruto de exploração (EBITDA, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu os 533 milhões de euros, 22% mais do que em 2022”, detalham.

A par das receitas, foi investido um total de 187 milhões de euros ao longo do ano, não só na abertura de 130 novas lojas, mas também em logística e tecnologia, com o propósito de atingir “2700 pontos de venda em mais de 115 mercados em todo o mundo”. Em Portugal, a Mango emprega cerca de 500 pessoas em 51 lojas por todo o país.

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Toni Ruiz (C), Diretor Executivo da Mango, Margarita Salvans (E), Directora Financeira, e Cesar de Vicente (D), Diretor Global de Retalho ENRIC FONTCUBERTA/Reuters

Na era digital, as lojas físicas continuam a ser o maior ganha-pão da empresa, a superar os dois mil milhões de euros. Todavia, a loja online já representa 33% do total do grupo e superou, pela primeira vez, os mil milhões de euros.

Só a linha de mulher é responsável por amealhar 2500 milhões, apesar de noticiarem “uma forte evolução” no segmento masculino, infantil e juvenil. A linha para homens passou de 287 milhões de euros para 340 milhões, convertendo-se em 11% da facturação. Já as colecções infantis e juvenis são 8% do total, com 246 milhões de euros.

Espanha continua a ser o principal mercado do retalhista, apesar do negócio internacional contabilizar já 77% do total, com destaque para França, Alemanha, Turquia e Estados Unidos — este último mercado cresceu depois da abertura da loja na 5.ª Avenida, em Nova Iorque, com 2100 metros quadrados. Portugal inclui-se ainda no “top 10”, apesar de a empresa não revelar o volume de facturação por cá.

Até 2026, além de aumentarem o volume de negócio, querem expandir o parque de lojas e o canal online. Prevêem-se mais de 500 lojas durante os próximos dois anos, com aposta em mercados novos como o Canadá ou a Índia, mas também no país natal Espanha, além da Alemanha, França, Itália, Polónia e Reino Unido.

A primeira da Mango abriu em 1984 no Passeig de Gràcia, em Barcelona. A etiqueta é a principal rival do grupo Inditex em Espanha. A empresa de Amancio Ortega ainda não divulgou os dados finais relativos de 2023, mas até 31 de Julho tinham registado um lucro líquido de 2,5 mil milhões de euros. De ressalvar que a Inditex inclui não só a Zara, mas também outras marcas como a Lefties, a Massimo Dutti, a Pull&Bear ou a Stradivarius.

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