Bernie Sanders pede aos seus apoiantes que votem em Biden

Senador do Vermont, um dos líderes do movimento progressista nos EUA, voltou a pedir à Casa Branca que exija um cessar-fogo em Gaza, mas criticou os apelos a um boicote na próxima eleição.

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Sanders e Biden na quinta-feira, no dia em que o Presidente dos EUA fez o discurso do Estado da União Reuters/Kevin Lamarque
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O senador norte-americano Bernie Sanders, uma das principais figuras da esquerda progressista nos Estados Unidos, voltou a exigir à Administração Biden que pressione Israel a decretar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, Sanders — um independente alinhado com o Partido Democrata — apelou aos seus apoiantes que votem em Joe Biden na próxima eleição presidencial.

"Devíamos deixar de alimentar com dinheiro a máquina de guerra que Netanyahu usa para matar crianças palestinianas", afirmou o senador do Vermont, este domingo, numa entrevista ao canal CBS.

Juntamente com uma grande parte da ala progressista do Partido Democrata, Sanders tem pedido ao Presidente dos EUA que suspenda o envio de assistência militar a Israel, com base no argumento de que o Governo de Benjamin Netanyahu está a impedir a chegada de ajuda humanitária a Gaza — o que constitui, segundo o senador, uma violação da lei de 1961 que enquadra a assistência internacional dos EUA.

Sobre o futuro da região, Sanders afirmou que a paz entre Israel e os territórios palestinianos de Gaza e da Cisjordânia só pode ser uma realidade "se o Hamas deixar de governar Gaza, e se Netanyahu não puder continuar a governar Israel".

A ameaça de boicote da próxima eleição presidencial nos EUA, feita por outras figuras da ala progressista do Partido Democrata que também estão descontentes com a posição da Administração Biden em relação à situação em Gaza — principalmente os líderes das comunidades árabo-americana e muçulmana do estado do Michigan — foi criticada por Sanders.

Segundo o senador do Vermont, o que está em causa na eleição de Novembro — que deverá voltar a ser um duelo entre Joe Biden e Donald Trump — é demasiadamente importante para ser misturado com a forma como os EUA estão a gerir a sua política em relação a Israel.

"Se acreditarem que as alterações climáticas são reais, têm de votar em Biden; se acreditarem que as mulheres têm o direito a controlar os seus próprios corpos, têm de votar em Biden; se acreditarem na democracia, e em envolver mais pessoas no processo democrático, em vez de quererem impedir pessoas de votar, têm de votar em Biden", disse Sanders.

"A eleição de Trump seria um desastre para este país e para o mundo", afirmou o senador na entrevista deste domingo. "Temos de nos unir e reeleger Biden, mas, ao mesmo tempo, temos de exigir um programa progressista, com uma economia que funcione para todos e não apenas para alguns."

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