Homens testam simulador de dores menstruais: “Não me conseguia mexer”

O dispositivo foi testado num escritório no Japão onde 90% dos trabalhadores são homens. As empresas no Japão são legalmente obrigadas a permitir a licença menstrual, que não tem de ser paga.

Foto
Homens testam simulador de dores menstruais: “Não me conseguia mexer” Reuters/Issei Kato
Ouça este artigo
00:00
01:31

Os trabalhadores de uma empresa de telecomunicações em Tóquio experimentaram uma simulação de dores menstruais para os ajudar a tornarem-se mais solidários com as colegas que menstruam antes do Dia Internacional da Mulher.

Os trabalhadores do EXEO Group 1951.T., durante um evento da empresa na quinta-feira, experimentaram um dispositivo que envia sinais eléctricos através de pensos colocados por baixo do umbigo, estimulando o músculo inferior do estômago e induzindo uma sensação de cólicas.

"Não me conseguia mexer. Doía-me ao ponto de não conseguir ficar de pé", disse Masaya Shibasaki, 26 anos, depois de usar o dispositivo desenvolvido por investigadores da Universidade Feminina de Nara e da empresa Osaka Heat Cool.

"Agora percebo que há mulheres que têm de trabalhar enquanto lutam contra esta dor todos os meses. É realmente espantoso como as mulheres conseguem fazer isso. Respeito-as verdadeiramente", afirmou Shibasaki.

A EXEO afirmou que pretende criar um ambiente em que os seus mais de 90% de trabalhadores do sexo masculino possam apoiar melhor as colegas, nomeadamente quando se trata de tirar uma licença menstrual.

As empresas no Japão são legalmente obrigadas a permitir que as mulheres tirem licença menstrual. No entanto, não é obrigatório que a licença seja paga e os inquéritos revelaram que cerca de metade das trabalhadoras nunca a tiram.

"Esperamos que as pessoas que sentiram 'dores menstruais' hoje regressem ao seu local de trabalho e falem sobre o que sentiram e espalhem a sua compreensão", disse Maki Ogura, responsável pelas relações públicas da EXEO.