Taxa de juro máxima nos cartões de crédito chega aos 19%

Custo do dinheiro sobe em todas as finalidades à excepção do crédito para compra de automóvel com reserva de propriedade, que passa de 11,1% para 11%.

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Em 2023, os bancos a operar em Portugal emprestaram 7654 milhões de euros em crédito ao consumo, um novo recorde desde o início da série estatística, em 2012 Dado Ruvic
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As taxas de juro do crédito ao consumo têm vindo a subir praticamente em todas as finalidades, tendência que deverá agravar-se no próximo trimestre. As taxas máximas calculadas pelo Banco de Portugal (BdP) para o segundo trimestre aumentam em todos os segmentos à excepção do crédito para compra de automóveis novos com reserva de propriedade, que passa de 11,1% para 11%.

Os valores máximos correspondem às TAEG (taxa anual de encargos efectiva global) médias praticadas pelas instituições de crédito no trimestre anterior, nos diferentes tipos de contratos, acrescidas de um quarto. E esses valores funcionam como tectos máximos a praticar pelas entidades financeiras, não as impedindo de praticar valores mais baixos.

As subidas mais significativas acontecem no crédito pessoal com a finalidade de educação, saúde, energias renováveis e outras, que passa de 7,7% no primeiro trimestre para 8,5% no segundo. No crédito pessoal sem finalidade definida, o valor máximo passa de 15,2% para 15,6%.

O “salto” também é significativo no segmento dos cartões de crédito, contas correntes ou facilidades de descoberto, cujo limite máximo passa de 18,6% para 19%, o valor mais alto desde o terceiro trimestre de 2015. O crédito assegurado por este meio chegou a cair para 15,3% no terceiro trimestre de 2020, tendo subido desde então e de forma mais expressiva nos últimos trimestres.

No crédito automóvel, a locação financeira ou ALD de viaturas novas pode ir até 6,3%, acima dos 6,1% do trimestre anterior. E nos usados passa de 6,5% para 6,8%.

No crédito automóvel com reserva de propriedade, a taxa máxima desce muito ligeiramente no caso de veículos novos, como já referido, passando de 11,1% para 11%, mas sobe nos usados, de 14% para 14,2%.

Os dados revelados esta semana pelo BdP para os empréstimos ao consumo contratados em Janeiro mostram um aumento da taxa média para 9,44%, um máximo desde Fevereiro de 2014, e acima dos 8,45% em termos homólogos. Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média aumentou 0,11 pontos percentuais: foi de 5,31%, contra 5,20% em Dezembro.

Em 2023, os bancos a operar em Portugal emprestaram 7654 milhões de euros em crédito ao consumo, mais 0,8% do que em 2022, um novo recorde desde o começo da série estatística, iniciada em 2012 pelo Banco de Portugal (BdP).

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