NASA anuncia dez novos astronautas e já abriu candidatura para os próximos
Os novos astronautas norte-americanos já estarão disponíveis para as futuras missões do programa Ártemis, que quer voltar a colocar humanos na Lua até ao final da década.
Após dois anos de rigoroso treino, dez norte-americanos tornaram-se oficialmente astronautas esta terça-feira e podem no futuro ser enviados para a Lua pela NASA, que já anunciou a abertura de inscrições para a próxima formação.
Dois cidadãos dos Emirados Árabes Unidos que treinaram com os norte-americanos também se formaram oficialmente esta terça-feira, durante uma cerimónia em Houston (Estados Unidos), como noticiou a Agência France-Presse (AFP).
Os membros da nova “turma”, denominada “As Moscas” (“The Flies”, em inglês), poderão agora ser atribuídos a viagens à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), mas também à Lua, no âmbito das missões do programa espacial norte-americano Ártemis.
“Vocês estão aqui porque são excepcionais”, sublinhou Jim Free, administrador associado da agência espacial norte-americana NASA, durante a cerimónia. “As vossas missões mudarão a nossa compreensão da Terra e do espaço”, acrescentou, agradecendo-lhes por terem concordado em “arriscar as suas vidas” sentando-se um dia no topo de um foguetão.
Os dez novos astronautas são engenheiros, cientistas, pilotos e até médicos e são oriundos quer do Exército, quer do mundo civil. Foram seleccionados em 2021 entre mais de 12.000 candidatos.
Desde então, passaram por treinos intensivos: simulações de caminhada espacial em fatos numa enorme piscina, a pilotar aviões supersónicos, cursos de sobrevivência no frio, aulas de russo e a aprender como funciona a ISS ou a cápsula lunar Órion.
Inscrições para novos astronautas
A NASA anunciou também esta terça-feira que abriu inscrições para recrutar a sua próxima turma. Os critérios: ser norte-americano, ter mestrado em disciplina científica, tecnológica ou de engenharia e ter experiência profissional de pelo menos três anos. O período de inscrição terminará em 2 de Abril.
A agência espacial americana conta agora com 48 astronautas activos, ou seja, elegíveis para uma missão, mas as necessidades estão a aumentar.
“Há muitas mais oportunidades hoje do que nas décadas de 60 e 70 para actividades no espaço”, lembrou, durante a cerimónia, um ilustre convidado, Harrison Schmitt, astronauta da missão Apolo 17 que caminhou na Lua.
“A Lua volta a chamar-nos, por mais razões do que no passado”, destacou, reforçando a necessidade de estabelecer regras internacionais sobre a gestão dos recursos lunares, para evitar conflitos no futuro do planeta.
Harrison Schmitt também lembrou que os astronautas que participarem de futuras missões Ártemis terão que ajudar a determinar se os humanos se podem adaptar à gravidade muito baixa a longo prazo, uma "informação importante” para futuras missões a Marte.
O programa Ártemis da NASA visa estabelecer uma presença humana duradoura na Lua e torná-la uma estação intermediária no caminho para Marte. A NASA chama aos seus novos recrutas “geração Ártemis”.