Fórmula 1: Presidente da FIA sob investigação por interferência no GP Arábia Saudita

Ben Sulayem acusado de “devolver” o 100.º pódio a Fernando Alonso, revertendo penalização que deixara o espanhol em quarto lugar na corrida de 2023.

Foto
Ben Sulayem, presidente da FIA, está sob investigação Reuters/Hamad I Mohammed
Ouça este artigo
00:00
02:29

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Mohammed Ben Sulayem, presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), está, de acordo com a BBC Sport, sob investigação por alegada interferência num resultado de corrida de Fórmula 1, denunciada junto do organismo liderado pelo próprio Ben Sulayem.

Segundo a informação avançada pelo órgão de comunicação social inglês, Ben Sulayem terá “revertido” uma penalização aplicada ao bicampeão mundial Fernando Alonso (Aston Martin) no Grande Prémio da Arábia Saudita de 2023.

A queixa consta de um relatório oficial dirigido ao comité de ética da FIA – que deverá concluir a investigação dentro de quatro a seis semanas –, a que a BBC Sport terá tido acesso, não tendo obtido junto de Ben Sulayem e da FIA qualquer comentário.

De acordo com a denúncia, Ben Sulayem terá deixado claro junto do Sheikh Abdullah bin Hamas bin Isa Al Khalifa – vice-presidente da FIA para o Médio Oriente e Norte de África –, em funções no GP da Arábia Saudita, que a penalização de Alonso deveria ser anulada.

Fernando Alonso recebeu uma penalização de 10 segundos por incumprimento de uma penalização prévia, tendo os mecânicos tocado no monolugar antes de terminarem os cinco segundos impostos ao espanhol por ter posicionado o Aston Martin parcialmente fora dos limites impostos na grelha de partida.

Os 10 segundos de penalização teriam custado o terceiro lugar na corridaganha pelo mexicano Sergio Pérez, com "dobradinha" da Red Bull – e o 100.º pódio ao piloto espanhol, por troca com o inglês George Russell (Mercedes). Posição recuperada no fim, depois de cancelada a penalização.

De acordo com a justificação então dada pelos stewards, a penalização foi anulada após um debate entre as equipas e a FIA para definir se a intervenção do “macaco” traseiro deveria ser considerada uma intervenção dos mecânicos.

Após a revisão do castigo solicitada pela Aston Martin, concluiu-se que não tinham sido dadas indicações específicas aos stewards relativamente à intervenção em causa, tendo o respectivo parágrafo dos regulamentos sido actualizado, passando a incluir todas as formas de intervenção como violação enquanto não for cumprido o tempo de penalização... o que teria validado o castigo inicialmente aplicado a Alonso.

Mas esta acusação de tentativa de Ben Sulayem interferir numa decisão é, segundo o artigo da BBC Sport, apenas mais uma entre várias controvérsias desde que o dirigente foi eleito presidente da FIA, em Dezembro de 2021.

Recentemente, o inquérito levantado pela FIA a Toto e Susie Wolff, com base numa queixa relacionada com um conflito de interesses entre o responsável da Mercedes e a directora-executiva da F1 Academy, foi retirado dois dias depois.

Sugerir correcção
Comentar