Campanha da AD ganha tom liberal com Rui Moreira

Em dois comícios, ao som de música festivaleira, Montenegro recebeu, em separado, o apoio do presidente da câmara do Porto e de Luís Filipe Menezes.

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Rui Moreira quebrou o hábito e participou num almoço típico de campanha na Trofa LUSA/TIAGO PETINGA
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Ao almoço, o apoio do independente Rui Moreira, ao lanche, a presença de um outro antigo líder do PSD, Luís Filipe Menezes. A campanha da Aliança Democrática parece querer coleccionar notáveis e antigos presidentes do PSD (e do CDS). Luís Montenegro centra o discurso no voto útil e apela ao coração dos que estão "desiludidos" com o PS.

Assumindo que não costuma participar em actividades partidárias, o presidente da câmara do Porto fê-lo numa iniciativa típica de campanha, um almoço-comício com duas mil pessoas na Trofa, e porque “ser independente não é ser neutral”. O discurso teve tons liberais. Falou da necessidade de criar riqueza e de políticas fiscais que facilitem o investimento, do combate à pobreza e do “Estado emperrado na ideologia”, no “excessivo garantismo e numa coisa típica da esquerda, que é a fobia do mérito”. Em jeito de “favor”, deixou um pedido a Montenegro, caso venha a formar Governo: “É acabar com o complicómetro”.

Para o autarca do Porto, a liderança do Governo está ao alcance de Montenegro, um político com “personalidade forte” e que tem todos os “condimentos de competência” para a função. "Eu vou votar AD", assumiu.

Luís Filipe Menezes, a segunda figura do dia na campanha, num comício à tarde em Braga, apostou no desgaste a Pedro Nuno Santos, acusando o líder do PS de estar desorientado.

“Já não sabe a quantas anda, anda sempre com um papelinho da TAP, a fazer contas, a papelada era tanta que seu sucessor teve de andar à pancada para por aquilo à ordem”, disse o putativo candidato autárquico do PSD, lembrando Pedro Nuno Santos como “um secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares que só tinha olhos para as meninas do Bloco de Esquerda”.

Luís Montenegro insiste em apelar aos desiludidos com o PS e a tentar um discurso de moderação, evitando atacar duramente Pedro Nuno Santos. Mas acabou por denunciar o envio de “cartas” com orientações aos funcionários públicos a ver se, “em desespero, ainda votavam no PS”.

O líder da AD aproveitou a última acção do dia de campanha, que estava anunciada como um encontro com a juventude mas acabou por ser mais um comício – o segundo da tarde – com apoiantes de todas as idades.

No mercado municipal de Famalicão, o cenário fez lembrar as campanhas de Sócrates: um palco redondo com cadeiras em círculo. Com um microfone de mãos livres, Montenegro dedicou o discurso inteiramente aos jovens mas não falou com eles. Como nos últimos dias, o comício começou e terminou com Montenegro e Nuno Melo a dançar em cima do palco ao som do novo hino de campanha em tom festivaleiro.

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