Medicamentos genéricos permitiram poupar mais de 580 milhões de euros em 2023

Este ano, valor já ultrapassa os 96 milhões de euros. Em 2023 foram dispensados cerca de 108 milhões de embalagens de genéricos nas farmácias comunitárias.

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Entre 2011 e 2023, os medicamentos genéricos já permitiram libertar recursos no valor de 5860 milhões de euros Miguel Manso
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A dispensa de medicamentos genéricos nas farmácias permitiu a poupança de mais de 580 milhões de euros em 2023, um valor recorde. De acordo com os dados partilhados pela Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Apogen) nesta sexta-feira, este valor representa um aumento de 14,1% face a 2022. Este ano, esse valor já ultrapassa os 96 milhões de euros.

Contas feitas, em 2023 foi registado um crescimento de 71,6 milhões de euros em relação ao último ano, distinguindo assim 2023 como o ano em que o valor desta poupança mais aumentou desde que a contabilização é feita (13 anos).

“A cada segundo que passa, a dispensa de medicamentos genéricos gera um valor de 18,42 euros às famílias portuguesas e ao Estado nas farmácias comunitárias”, refere a associação em comunicado, citando dados do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde e do contador online no site da Apogen, lançado em 2020, através de uma parceria entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Apogen.

Segundo a Health Market Research (HMR), em 2023, foram dispensados cerca de 108 milhões de embalagens de medicamentos genéricos nas farmácias comunitárias, o que corresponde a um crescimento de 5,7% face ao ano anterior. De acordo com os dados do site da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde — Infarmed, em Dezembro último, a quota de medicamentos genéricos representava 48,8% do total de fármacos dispensados em regime de ambulatório.

Ao PÚBLICO, a directora executiva da Apogen, Ana Valente, sublinha a criação de valor económico gerado através da utilização de medicamentos genéricos. “Há uma libertação de verbas que podem ser alocadas a novos serviços de saúde e, sobretudo, ao financiamento da inovação. Mas há aqui também [a destacar] um valor em saúde porque os profissionais de saúde têm mais alternativas para apresentar ao utente e garantem um acesso a mais doentes e com os mesmos resultados que teriam se fossem tratados com um medicamento de referência”, defende a responsável.

Por outro lado, Ana Valente realça ainda a redução de iniquidades sociais no acesso a fármacos através da utilização de medicamentos mais custo-efectivos, garantindo maior acesso à saúde e à inovação, além de contribuírem para a prevenção da doença e o aumento da esperança média de vida.

No total, entre 2011 e 2023, os medicamentos genéricos já permitiram libertar recursos no valor de 5860 milhões de euros. De acordo com os dados, foram dispensadas, no ano passado, cerca de 108 milhões de embalagens de genéricos nas farmácias comunitárias, representando um crescimento de 5,7% face a 2023.

A directora executiva da Apogen sublinha também a importância de viabilizar as vantagens destes fármacos, evitando situações de ruptura, referindo-se à escassez que várias apresentações no mercado têm tido. Citada no mesmo comunicado, a presidente da ANF, Ema Paulino, diz, por seu turno, que “a grande maioria da população está hoje familiarizada com os medicamentos genéricos”.

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