Benjamín Labatut: “O segredo do mal é que ele é necessário — e isso é incrivelmente doloroso”

Génio, demência, a tentativa de chegar a uma equação próxima de uma verdade acerca do mundo, sabendo que irá falhar. Em Maniac, continua a construir uma obra à parte na literatura actual.

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Em Maniac, Benjamín Labatut ficciona a partir de factos reais, tendo como protagonista John von Neumann, matemático que lançou as bases da computação Victoria Iglesias
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Sentado no que parece ser um terraço de madeira rodeado de vegetação, Benjamín Labatut (n. 1980) acende uma cigarrilha antes de começar a falar do seu livro mais recente, Maniac, um romance em três histórias ou actos, com um coro. O título tem o nome de uma “máquina” – “nunca um título me foi tão óbvio”, confessa – com tanto de demoníaco como de miraculoso. Foi inventada por John von Neumann (1903-1957), talvez uma das mentes mais brilhantes do século XX, como o livro sugere, cientista norte-americano de origem húngara que participou no Manhattan Project (programa de investigação e desenvolvimento que levaria à criação das primeiras armas nucleares, liderado pelos EUA, na II Guerra Mundial) ​e lançou as bases da computação que levaram à construção do MANIAC.

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