Pedro Nuno ao estilo “pouca-terra, muita-obra” para provar competência à oposição

Líder socialista recusa comentar sondagens, mas contabiliza que, “até ver”, a esquerda ainda soma mais que AD e IL. E esforça-se por afirmar a sua veia de fazedor.

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Secretário-geral socialista auto-elogiou a sua obra na ferrovia Daniel Rocha
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No léxico de Pedro Nuno Santos, de pés assentes nas travessas polivalentes de cimento, que tanto permitem ter a linha na bitola ibérica como mudá-la, quando necessário, para a europeia, só couberam verbos transitivos. Fazer, construir, avançar, alargar, valorizar, recuperar, decidir – foi dizendo o líder do PS sobre a menina dos seus olhos, a ferrovia.

Elencou as linhas em obras, do Douro ao Algarve, passando pela Beira Baixa, Sintra ou Cascais. Além desta nova linha do chamado corredor internacional sul, no troço de dez quilómetros entre Évora e Évora Norte, que o líder do PS visitou para mostrar obra aos eleitores, afirmar a sua veia de fazedor e contrariar a de impulsivo decisor e gestor informal de indemnizações na TAP. E ainda refutar a oposição que só fala dos "atrasos" e falta de investimento – mas sem se comprometer com prazos (para não falhar).

A linha está instalada (as travessas agora na bitola ibérica mas que, um dia, permitem a migração para a europeia standard) e trata-se agora das catenárias. A conclusão da obra permitirá ligar o porto de Sines e a fronteira do Caia (e daí ao resto da Europa) por ferrovia, reduzindo o actual percurso em 140 km e 3,5 horas de viagem, e eliminar passagens pelas linhas do Norte e da Beira Baixa, e a actual volta pelo Entroncamento (e reduzir o custo de transporte nessa rota para metade).

É de via única, mas fica já preparada com os alicerces para a duplicação quando for necessário e economicamente viável e, além do transporte das mercadorias que chegam a Portugal pelo porto de águas profundas e seguem para a Europa, poderá também ter passageiros.

Enquanto a direita “enterrou linhas”, "nós abrimos linhas, renovámos, electrificámos, modernizámos", defendeu Pedro Nuno sobre o seu legado de fazedor, um “investimento sem precedentes na ferrovia e em comboios”, que o então ministro encontrou "encostados e abandonados".

De manhã fizera o mesmo, mas com a “maior obra pública em curso na área da saúde” que, lembrou a presidente da ARS do Alentejo, Filomena Mendes, "tem a mão do primeiro-ministro António Costa”. O edifício de 148 milhões de euros e o equipamento de 40 milhões do novo hospital central do Alentejo permitirão levar à região uma unidade topo de gama em tecnologia e serviços que quer ser um hub de saúde e estará pronto dentro de um ano. Que foi negociado como grande projecto com Bruxelas para melhor aproveitar os fundos europeus. E que Pedro Nuno quis mostrar como exemplo do investimento que o PS pretende fazer no SNS enquanto a direita o quer matar para privilegiar o privado.

Obras que, a atentar nas sondagens, arriscam-se a ser inauguradas por outros. “Não, não. Era o que faltava! Vão ser inauguradas por nós”, afirma convictamente Pedro Nuno. Em Évora, o PS conseguiu dois dos três deputados do distrito, mas é aqui que tem obra para ganhar votos noutras regiões mais generosas do país. E se o povo diz que “quem não é para comer, não é para trabalhar”, o candidato a primeiro-ministro começou a manhã a comer bifanas em Vendas Novas, que o dia de obras era longo e havia uma arruada de 450 metros para fazer em Évora.

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