Inflação recuou para 2,1% em Fevereiro

Depois do aumento em Janeiro, país regressa a trajectória descendente. Preços da energia subiram bastante, mas nos alimentos frescos a inflação desacelerou de 3,1% para 0,8%.

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Variação do preço dos produtos alimentares não transformados contribui para esta descida da inflação homóloga em Fevereiro Nelson Garrido (Arquivo)
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A taxa de inflação em Portugal situou-se nos 2,1% em Fevereiro, de acordo com a primeira estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada nesta quinta-feira. É um recuo de 0,2 pontos percentuais face aos 2,3% de Janeiro, e um regresso a uma curva descendente que tinha sido interrompida quando, no mês transacto, o fim do IVA Zero e o aumento dos preços da energia levaram a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) a subir 0,9 pontos percentuais em termos homólogos.

Também a inflação subjacente (indicador que não inclui os preços mais voláteis dos produtos alimentares não transformados e os da energia) registou uma descida, em termos homólogos, da mesma ordem de grandeza, passado para 2,2% (tinha sido de 2,4% em Janeiro).

Com esta evolução, “estima-se uma variação média nos últimos doze meses de 3,3% (3,8% no mês anterior)”, refere o INE.

Para esta reaproximação ao valor da inflação que os bancos centrais têm como objectivo (2%) contribuiu a variação no preço dos alimentos que, segundo a mesma nota, diminuiu de forma significativa, para 0,8% (3,1% em Janeiro). Isto é “parcialmente consequência do efeito de base associado ao aumento de preços registado em Fevereiro de 2023”, frisa a autoridade estatística nacional, apontando que há 12 meses se havia registado uma variação mensal de 1,4%.

Na energia, a inflação até aumentou significativamente, para 4,3%, quando tinha sido 0,2% no mês precedente.

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Os dados definitivos de Fevereiro serão publicados a 12 de Março. Para já, diz o INE, com os dados disponíveis, a variação em cadeia (de Janeiro para Fevereiro) do IPC foi 0,1% (o que é comparável com uma variação nula em Janeiro e de 0,3% em Fevereiro de 2023).

Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português (a taxa que permite comparações com os restantes países da zona do euro), “terá registado uma variação homóloga de 2,3% (2,5% no mês precedente)”.

De entre os países deste grupo, Alemanha, França e Espanha já divulgaram os dados preliminares relativos a Fevereiro, que mostram a mesma tendência de descida. Em Espanha fala-se de um frenazo (forte travão) no IPC, com a taxa a situar-se em 2,8% – o valor mais baixo em seis meses – e depois de o ano de 2024 ter começado com uma subida acentuada para os 3,4%.

Em França, a descida foi um pouco mais suave, dos 3,4% de Janeiro para 3,1%.

Na Alemanha, foram para já divulgados os números de seis estados federados importantes em termos económicos. No estado mais populoso, da Renânia do Norte-Vestefália, a inflação caiu para 2,6% em Fevereiro, face aos 3% em Janeiro. Saxónia (3%) e Baden-Württemberg (2,7%) divulgaram descidas ligeiramente mais acentuadas (0,5 pontos percentuais em ambos os casos). Na Baviera, o valor desceu de 2,9% para 2,6%, contribuindo para a descida do valor nacional, que se fixou em 2,5%, segundo os números provisórios da agência alemã Destatis. É o valor mais baixo desde Junho de 2021, nota a autoridade estatística alemã.

A inflação subjacente situou-se nos 3,4%, mantendo-se inalterada face ao valor de Janeiro. Porém, com o abrandamento significativo na variação dos preços dos produtos alimentares frescos (0,9% em Fevereiro; 3,8% em Janeiro) e o recuo nos preços da energia (-2,4% em Fevereiro; -2,8% em Janeiro), o IPC alemão desacelerou em termos gerais, apesar do fim de apoios estatais nos combustíveis e do aumento de taxas sobre energia de origem fóssil, como gasóleo, gasolina, gasóleo de aquecimento e gás natural.

"Os preços na energia em Fevereiro foram 2,4% mais baixos do que no mesmo mês do ano anterior, apesar do fim do travão nos preços da energia a partir de Janeiro e da introdução de uma taxa de carbono mais alta nesse mesmo mês", frisa a mesma entidade.

A generalidade dos países da zona euro divulga os respectivos dados nacionais na próxima sexta-feira, 1 de Março.

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