Ainda a língua portuguesa, entre promessas e miragens
A língua anda (pouco) pelos programas partidários nestas eleições, e mais por obrigação do que por empenho.
Agora que Portugal vai de novo a votos, seria de esperar que a língua portuguesa (matéria de que se alimentam todos os discursos) fizesse parte dos programas eleitorais. E faz, mas pouco. Como se fosse obrigação incluí-la. Além de promessas que fazem o pleno dos oito partidos com assento parlamentar, como o ensino da língua materna a luso-descendentes no estrangeiro (AD, BE, Chega, IL, Livre, PAN, PCP, PS), ou quase o pleno, como é o caso do ensino do português como língua não-materna a imigrantes (só a IL não lhe faz qualquer referência explícita), o que resta são declarações enfáticas ou focadas em aspectos específicos. O PS diz que “a língua portuguesa é um fator [sic] de comunidade, fraternidade e cooperação com os vários países lusófonos”; o PCP fala em “preservação da língua, da cultura e da identidade portuguesas”; e a AD numa “cultura viva, que valorize a nossa história, a nossa língua e a nossa criatividade”. Tudo boas intenções, mas de enorme vacuidade.
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