Real Companhia Velha

Tinta Francisca

DOC Douro

13%

50

95

Ana Isabel Pereira

Se tivéssemos de o descrever numa frase (um título, vá), seria: sim, é possível meter a dureza do Douro num embrulho muito elegante. A Tinta Francisca tem um ciclo longo com maturação tardia e produções baixas. Mas tudo tem uma razão de ser. E na vinha também. As suas plantas vivem no frágil equilíbrio de quem tenta viver gerindo limitações, nomeadamente de água, não se podem dar ao luxo de produzir em quantidade, ‘preocupam-se' antes em gerar as melhores sementes, de forma a alimentar o ciclo da vida. São das videiras mais resilientes ao calor. E estas estão a 200 e 220 metros de altitude, com exposições Norte e Poente. O ADN da casta (mas não só, é certo), que Álvaro Martinho, responsável de viticultura na Quinta das Carvalhas explica como ninguém, dá origem a um vinho complexo e muito fino. Aromaticamente intenso, a lembrar frutos do bosque e o coberto vegetal do monte, e com um lado ligeiramente especiado, na boca é imensamente fresco, dir-se-ia com um toque vegetal, cheio, extremamente elegante e muito longo. 1.600 garrafas de frescura e delicadeza e um grande, grande vinho. E atenção, este vale mesmo a pena guardar: nos últimos dois meses, tivemos a sorte de provar o 2012 e o 2014, estão ambos em grande forma, com aqueles aromas a piso florestal e uma frescura incrível para o tempo que já levam em garrafa.