FC Porto cede empate inesperado em Barcelos antes do clássico

Golo do Gil Vicente foi marcado já no quarto minuto da compensação, deixando os “dragões” a nove pontos do Benfica antes de receberam o rival.

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Portista Pepê e gilista Tiba em duelo intenso no jogo de Barcelos EPA/HUGO DELGADO
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O FC Porto cedeu neste domingo um empate em Barcelos (1-1), diante do Gil Vicente, e permitiu ao Benfica distanciar-se um pouco mais na frente do campeonato, na jornada que antecede o clássico com o rival. Os "dragões" estiveram em vantagem até ao quarto minuto da compensação, graças a um golo de Evanilson, mas acabaram por deixar fugir dois pontos na sequência de um cabeceamento de Thomas Lopes.

Para os portistas, que na próxima ronda recebem o Benfica (depois do jogo da Taça de Portugal com o Santa Clara), este foi um resultado altamente penalizador, que surgiu no rescaldo da jornada europeia. A distância para os "encarnados", de resto, é agora de nove pontos.

Com dispositivos muito semelhantes, FC Porto e Gil Vicente assumiram os respectivos papéis, com os portistas a tomarem conta do jogo com naturalidade, mas sem potenciarem essa maior posse de bola.

Com processos lentos e previsíveis, os “azuis e brancos” não colocaram verdadeiros problemas ao bloco defensivo dos gilistas. Duas incidências nos primeiros 20 minutos — falha de comunicação entre árbitro e assistente e um choque de Pepe com Rúben Fernandes — provocaram uma interrupção de nove minutos, quebrando o ímpeto inicial e levando o ritmo de jogo a cair.

Sérgio Conceição tinha poupado Galeno e Nico González e os substitutos Iván Jaime e Eustáquio não estavam a corresponder. Em particular, o espanhol, dominado pelo lateral gilista e frequentemente tentado a explorar o jogo interior.

O Gil Vicente jogava na expectativa e no erro do adversário, tendo mostrado o esporão em duas perdas de bola do meio-campo dos “dragões”, a mais perigosa numa infiltração de Touré, que falhou a finalização.

Estagnado, com os centrais Otávio Ataíde e Rúben Fernandes a apareceram nas áreas contrárias para imporem o jogo aéreo, o jogo tinha raros motivos de interesse até Sérgio Conceição enviar um aviso à tripulação com a “ameaça” de alterações.

Graças a Wendell e Pepê, mas também à dinâmica da ala direita, com João Mário e Francisco Conceição mais activos, o encontro conheceu um período menos desinteressante nos instantes que antecederam o intervalo.

Depois de Rúben Fernandes ter estado na iminência de fazer um autogolo, Eustáquio ainda introduziu a bola na baliza do Gil Vicente... mas uma acção (bloqueio) de Wendell na pequena área motivou a invalidação do lance que desesperou o banco portista.

Para piorar o cenário, Eustáquio chegou tarde a um passe de Conceição e o nulo manteve-se até ao descanso, muito por culpa da incapacidade dos atacantes, registando-se apenas um remate enquadrado com a baliza gilista em toda a primeira parte.

O intervalo fez bem aos portistas, que retomaram o encontro com a contundência indispensável para desbloquearem o jogo. Também o renascimento de Iván Jaime teve um papel crucial na diferença de comportamento dos “dragões”.

O espanhol obrigou Andrew a defesa apertada. O guarda-redes ainda defendeu o penálti assinalado para punir mão de Mory Gbane aos 55 minutos, mas nada pôde fazer na recarga de Evanilson, que colocou o FC Porto em vantagem.

O Gil Vicente sofria e só não entregou os três pontos antes da primeira hora de jogo porque nem Pepê, nem Evanilson, nem Francisco Conceição tiveram o discernimento suficiente para resolverem a partida. Acreditou e cresceu o conjunto da casa, que dispôs de ocasião soberana para empatar por Ali Alipour (67’), em lance neutralizado por Otávio Ataíde.

O jogo estava partido e o FC Porto tentou beneficiar dos espaços encontrados no bloco gilista, sem capitalizar as sucessivas situações de golo construídas. As melhores num remate de Otávio Ataíde, salvo por Gabriel Pereira (76'), e numa cavalgada de Evanilson, que falhou, isolado, na cara de Andrew (82').

Mas o Gil Vicente ainda tinha uma palavra a dizer. O brasileiro Thomas Lopes, que saltara do banco aos 88', surgiu na área contrário aos 90+4' para desviar de cabeça um cruzamento da esquerda, apanhando Diogo Costa em contrapé. Um murro no estômago para um FC Porto que entrara em Barcelos praticamente já sem margem de erro.

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