Mãe do TikTok incentiva a aprendizagem de língua nativa entre os sul-africanos

Com mais de 150.000 seguidores, o canal TikTok de Lungile Zenda está a suscitar conversas sobre a importância da diversidade linguística e da preservação cultural.

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Lungile Zenda e a filha Luyanda no TikTok DR
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“A luta é real”, diz a legenda de um vídeo do TikTok em que a mãe sul-africana Lungile Zenda tenta ensinar a filha a dizer uma frase na língua nativa, o zulu. Luyanda, de 11 anos, precisou de várias tentativas até pronunciar correctamente a frase “Eu tenho um cão” (“Ngi nenja”).

O vídeo conta com mais de três milhões de visualizações e centenas de comentários, sobretudo de espectadores divertidos. "Pensei que estivesse a aprender coreano ou chinês", diz uma seguidora. Mas o conteúdo de Zenda a ensinar zulu em casa não é só humorístico, como também conquistou os seguidores que se identificaram com a dificuldade de ensinar zulu às novas gerações.

Na África do Sul, onde o inglês é a língua dominante no trabalho e na educação, algumas crianças estão a perder o domínio das línguas nativas. As mais comuns são o zulu e o xhosa, parte das línguas bantas.

@lungileandluyanda This one sentence was a struggle, she had to say it a couple of times before she got it. #mommydaughterduo #zulu #njeninja #ihaveadog #ninja #ngininja #zululessons #learnzulu #zulutiktok #funnyvideos #fyp #zulucomedy ? original sound - LungileAndLuyanda

Com mais de 150.000 seguidores, o canal TikTok de Lungile está a suscitar conversas sobre a importância da diversidade linguística e da preservação cultural. “Quando cresci, havia uma grande preocupação em saber falar inglês, porque se pensa que pode abrir mais caminhos e melhores oportunidades”, recorda Zenda, 37 anos. “Nunca pensei, ‘tenho de ensinar Zulu [à minha filha]’”.

Foi só quando a sua filha tinha 9 anos que se apercebeu de que Luyanda não estava a aprender zulu sozinha, o que motivou as aulas — agora filmadas para a rede social. Os momentos, além de divertidos, têm sido uma oportunidade de criar laços entre ambas, acrescenta.

A África do Sul tem 12 línguas oficialmente reconhecidas. A maioria das escolas ensina inglês a partir do 4.º ano, com a opção de aprender uma segunda língua, embora as possibilidades de escolha sejam diversas.

Amanda Green, residente em Joanesburgo, que tem uma filha da mesma idade de Luyanda, relata que se deparou com os vídeos no TikTok e que os vê regularmente. Também ela cresceu a falar zulu, mas em casa usa o inglês por ser a língua que partilha com o marido, que não é sul-africano. A filha do casal também não fala zulu.

“Achei os vídeos muito próximos”, elogia Amanda Green sobre o TikTok de Lungile Zenda. “Muitas pessoas estão no mesmo barco, mas têm medo de o admitir.”